sábado, 23 de julho de 2022

Viúva de Major Olímpio, senador eleito pelo PSL, culpa o governo Bolsonaro pela morte do marido


Em sua primeira entrevista, Cláudia Olímpio, viúva de Major Olímpio, senador eleito pelo PSL, culpa o governo pela morte do marido.

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Ela diz que o marido não foi um negacionista da pandemia. "Ele não foi contra o lockdown, mas muitas pessoas vinham pedir socorro a ele, os negócios que estavam quebrando", conta ela, na entrevista concedida ao TAB (UOL) num café no bairro Água Fria, nos arredores do antigo escritório do Major na zona norte de São Paulo.

"Isso é muito difícil pra mim" foi sua primeira frase ao chegar ao café. Ela preferiu escolher um espaço "neutro", não quis receber a reportagem na sua casa.

Major Olímpio não foi vacinado a tempo. No seu último discurso feito no Senado, ele confrontou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.

"A força-tarefa do SUS fez chegar ao senhor relatórios, dos quais nós temos cópias, dando conta de que vai faltar oxigênio, gente vai morrer asfixiada, vai faltar, vai faltar, vai faltar! Faltou! E matou! O senhor acredita que fez realmente todos os esforços para evitar que essas vidas fossem perdidas?", questionou o parlamentar, em 11 de fevereiro de 2021, antes de ser internado e intubado.

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Em dezembro de 2020, Bolsonaro e Pazuello haviam questionado a "pressa" pela vacina. O governo federal minimizou diversas vezes a gravidade da pandemia e, embora tenha recebido ofertas de vacinas por laboratórios em maio de 2020, atrasou a compra de imunizantes, atrapalhando o início da vacinação do país, o que só ocorreu em janeiro de 2021, com a Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan.

Segundo Cláudia, ele teria contraído o coronavírus em Brasília, na semana em que o Congresso recebeu prefeitos e governadores para solicitar emendas parlamentares. Na mesma semana em que o senador adoeceu, outros quatro funcionários do gabinete testaram positivo para covid, e alguns deles chegaram a ficar internados.

Embora não tivesse histórico de problemas de saúde, a doença escalou rapidamente. "Culpo o governo federal pelo descaso com que tratou a doença", diz a viúva. "Era uma gripezinha, né? A pandemia não existia. Ninguém da família deles [Bolsonaro] morreu, então tá bom", critica.

Em 2019, Olímpio rompeu com os Bolsonaro. O major conheceu Jair na época em que ambos eram deputados federais. Foi ferrenho apoiador do candidato então do PSL ao Planalto, visto pelo senador como um nome anticorrupção. "Ele era sonhador", justifica Marques, sobre as razões que levaram Olímpio a acreditar que alguém com décadas na política poderia representar algo novo.

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