O debate com os candidatos à Presidência da República na TV Globo atingiu uma temperatura jamais vista na história. Jair Bolsonaro (PL) começou fazendo uma dobradinha com o “padre” Kelmon (PTB) e aproveitou para atacar Lula. O que veio na sequência foi um enfrentamento entre Lula (PT) e o atual presidente por meio de uma série de direitos de resposta.
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“O governo Lula foi o chefe de uma quadrilha, dezenas de delatores que devolveram R$ 6 bilhões pra pegar uma pena menor... Nós não podemos continuar sendo o país da roubalheira, e o que é pior também padre, no governo que nos antecedeu não havia qualquer compromisso com a família brasileira... É um governo que quis impor uma ideologia de gênero, ensinando crianças em sala de aula a se interessarem por sexo... É um governo que quer a liberação das drogas... Esse governo do PT que nos deixou há pouco tempo parece que desconhece a dor de uma família que tem um filho envolvido com as drogas (...) Lula, por exemplo, defendia que se roubasse celular pra se tomar uma cervejinha, ou seja, quantos jovens foram assassinados por essas pessoas roubando celular e sendo protegidos por Lula... Quando ele fala, mais uma vez, que quer desarmar as pessoas as pessoas de bem e atacar as polícias pelo Brasil, nós sabemos que isso estimula a violência no nosso país, ou seja, nós não podemos voltar a esse estado de coisas que acabou há pouco tempo aqui no Brasil, onde a roubalheira imperava... Eu acabei com a mamata, especialmente com a grande mídia, como a Globo, eu acabei com a mamata”, começou atacando Bolsonaro.
Lula pediu direito de resposta, jogou um caminhão de acusações sobre corrupção no colo de Bolsonaro, e o presidente começou a perder o controle das próprias ações, sobretudo ao ser atacado por seus decretos que impõem sigilo de 100 anos sobre tudo.
“Eu só esperava que num debate entre pessoas que querem ser presidente da República, o atual presidente tivesse o mínimo de honestidade, o mínimo de seriedade... Ele tem coragem de falar que eu montei quadrilha, com a quadrilha da rachadinha da família, do Ministério da Educação com barra de ouro... Ele falar de quadrilha comigo? Ele precisa é se olhar no espelho, e ele saber o que tá acontecendo no governo dele... Ele saber o que foi a quadrilha da vacina... O que que foi oferecer um dólar por vacina importada... Isso não fui eu que disse não, foi a CPI que disse... Se quer pedir direito de resposta, peça à CPI, não peça aqui, não... Você quando vier ao microfone, se comporte como presidente, respeite quem está assistindo... Não minta, não minta que é feio! É feio um presidente da República mentir toda hora, descaradamente!”, disse Lula.
Bolsonaro ganhou um direito de resposta e agora começou a falar de forma irascível, aos berros. O mediador William Bonner precisou pedir várias vezes para que o presidente respeitasse as regras do encontro.
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“Mentiroso! Ex-presidiário! Traidor da pátria! Que rachadinha? Rachadinha é teus filhos, roubando milhões de empresas depois da tua chegada ao poder... Que CPI é essa, da farsa? O que que achou ao meu respeito? Nada! Que dinheiro de propina? Propina teve do seu Carlos Gabbas, do consórcio do Nordeste, dos governadores amigos teus... Que foi descoberto um desvio de R$ 50 milhões e nada foi recuperado... O seu governo fez com que muitos nordestinos morressem por falta de ar, porque foi desviado dinheiro da compra de respiradores... Nada tem contra o meu governo, nada! Deixe de mentir! Tome vergonha na cara, Lula!”
Por fim, Lula voltou a atacar Bolsonaro, mas disse que não revidaria mais para que o debate seguisse e todos pudessem participar. Ainda assim, o atual chefe de governo não parava de berrar ao fundo estúdio, sem microfone.
“Mas é uma insanidade um presidente da República vir aqui e falar o que ele fala, é de uma desfaçatez... É por isso que no dia 2 de outubro o povo vai te mandar pra casa!”, concluiu.
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