domingo, 31 de julho de 2022

A jornalista Miriam Leitão diz na Globo que é difícil para Bolsonaro entender o que é a defesa da democracia

 


A colunista Miriam Leitão, do jornal O Globo, publicou neste domingo artigo (31/07) sobre a “Carta do Direito” contra as ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL) que colocam em risco a realização das eleições. A jornalista destaca que o presidente não consegue dimensionar a envergadura da iniciativa por não ser um defensor contumaz da democracia. Leia abaixo alguns trechos:

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Há um momento em que notas de grupos viram manifestos de alianças. Muda a natureza do movimento. Foi o que aconteceu nos últimos dias. A Carta às Brasileiras e aos Brasileiros remete a um símbolo forte do passado e une pessoas diferentes entre si sob uma bandeira comum. As mesmas arcadas do Direito da USP que ouviram Goffredo da Silva Telles Jr. ouvirão Celso de Mello na defesa da democracia. Empresários, banqueiros, intelectuais, profissionais de diversas áreas se uniram num manifesto que na sexta-feira já ultrapassava 400 mil assinaturas. Outros documentos estão sendo preparados. A sociedade civil fez muito pelo fim da ditadura militar com atos como esses. 

Só subestima o que está acontecendo quem não conhece a História ou não valoriza a força da democracia. Jair Bolsonaro diz que não entendeu as cartas pró-democracia e emendou: “Estão com medo do quê?” É difícil para o presidente entender o que seja um movimento de defesa da democracia. Ele não entende disso. E não é exatamente medo o que move os subscritores, é a certeza de que Bolsonaro representa um risco para as instituições do país. (…)

O governo passou três anos e sete meses ameaçando a democracia, as eleições, e insinuando ter submetido as Forças Armadas e os policiais ao seu projeto. Quis amedrontar o país. Nos últimos dias, Bolsonaro escalou, chamando embaixadores e deixando implícito que contestaria até a realização das eleições. “Não podemos realizar eleições sob o manto da desconfiança”, disse. A carta democrática responde que “sob o manto da Constituição Federal de 1988 passamos por eleições livres e periódicas”. Bolsonaro divide o país convocando seus seguidores a ocuparem as ruas numa data de todos, sequestrando o bicentenário, como os militares fizeram com o sesquicentenário, em 1972. A Carta responde que “nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar de lado as divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática”. (…)

Ao final do artigo, a colunista encerra lembrando novamente o professor Goffredo, que registrou a diferença entre o poder da força e da persuasão em 1977, e evidenciando que para combater os planos de golpe de Bolsonaro, o ideal é usar a força do convencimento

O que a atual aliança tenta é aumentar a força da persuasão e mandar o aviso aos democratas para que estejam alertas nos próximos meses, quando aumentará o ataque ao nosso pacto político de 1988.” 

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