A pressão pública do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a troca do superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro teve início duas semanas depois que um juiz eleitoral determinou o envio, justamente para a PF do Rio, de um inquérito eleitoral contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente.
A informação é do jornal O Globo.
Na ocasião, o juiz determinou que a PF realizasse diligências contra o senador, como a tomada de seu depoimento.
As insistentes tentativas de Bolsonaro trocar o superintendente da PF do Rio estão no centro do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar supostas interferências indevidas do presidente na PF, a partir das acusações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
Documentos do processo obtidos pelo jornal O Globo mostram que a pressão na PF do Rio coincide com o avanço da investigação contra Flávio. O inquérito, que havia sido aberto pela Polícia Federal em junho de 2018, quando Bolsonaro nem era presidente e Flávio ainda era deputado estadual na Alerj, investigava se o senador cometeu lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral ao declarar seus bens nas eleições de 2014, 2016 e 2018.
Em março, a PF pediu arquivamento do inquérito sem nem solicitar as quebras de sigilo dos personagens envolvidos. O Ministério Público ainda não se manifestou sobre esse arquivamento.
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