Recebi a informação de que em algumas embaixadas tem chegado circulares de países para que seus diplomatas deixem o Brasil. E que as representações diminuam o número de pessoal dentro das embaixadas, porque o Brasil está sendo considerado um país perigoso, pela condução temerária do presidente Bolsonaro nesta pandemia. A fonte me informa que algumas embaixadas grandes podem reduzir o pessoal, ainda que ninguém vá dizer isso abertamente.
A saída de Nelson Teich hoje vem confirmar essa ideia de país desgovernado. Ele ficou pouco tempo e agregou pouco. Ao sair, na entrevista coletiva prestou um desserviço ao país, por não explicar exatamente o motivo de sua saída. Esse silêncio dele, quando perguntado por jornalistas após a entrevista, é ruim porque não ajuda nem favorece a transparência. Seria melhor que ele falasse claramente, porque isso ajudaria a ver exatamente o tamanho do problema.
Teich aceitou o cargo já fazendo concessões, e quando isso acontece com um ministro ele já perdeu. O primeiro sinal que deu, de que tinha cedido onde não devia, foi quando, no discurso de posse, nem falou em isolamento social. Ali ele já tinha perdido. Mas parece que ele só entendeu isso hoje, no vigésimo nono dia. Quem começa cedendo, cede até o final.
(…)
Toda pessoa pública tem que ir ver o sofrimento do seu povo no meio de uma tragédia. Em nenhum momento Bolsonaro fez isso. Teich, ao fazer as primeiras viagens, se deu conta da gravidade da crise. Foi a Manaus, por exemplo, que tem passado por um momento trágico. Esses movimentos foram afastando Teich de Bolsonaro, apesar de o ex-ministro ser Bolsonarista desde o período da campanha e ter feito inclusive parte do programa de governo.
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