Procurador-Geral da República, Augusto Aras |
Procuradores e ex-procuradores ligados à força-tarefa da Lava Jato engrossam as críticas feitas por outros membros do Ministério Público ao atual procurador-geral da República, Augusto Aras. Na avaliação de vários procuradores, a atuação do PGR mira exclusivamente o benefício próprio - mais precisamente, uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Com essa nomeação em mente, sustentam os críticos, Aras tem sido omisso e promovido o aparelhamento do Ministério Público para atender a interesses do governo federal.
As críticas também são feitas por procuradores que sempre atacaram a Lava Jato. A atuação do procurador-geral, neste caso, é rechaçada tanto pelos chamados lavajatistas quanto pelos antilavajatistas.
Para Carlos Fernando dos Santos Lima, procurador aposentado e antigo membro da Lava Jato em Curitiba, a gestão de Aras desarmou o sistema de investigações de combate à corrupção que havia na procuradoria. “O PGR está entregando aquilo pelo qual ele foi escolhido. Tem cometido uma série de erros na condução”, avalia.
Segundo ele, as articulações de Aras para chegar ao STF são um jogo complexo. “Ao mesmo tempo ele precisa agradar dois senhores: o presidente para ser indicado e o Congresso para não ser rejeitado. Acredito que nesse aspecto ele tem condições de atingir o objetivo porque o jeito de agradar tanto um quanto outro é não fazer nada e acho que é exatamente isso que ele vai fazer, vai continuar na posição de omissão”.
Outro integrante da Lava Jato ouvido sob condição de anonimato aponta que após ter assumido o cargo de PGR, Aras mandou, por meio da sub-procuradora Lindora Maria Araújo, um ofício circular para as procuradorias dos estados para que o mantivesse informado sobre notícias de ilícitos envolvendo governadores.
“Isso é óbvio, remeter para lá as notícias. O que aconteceu é que estava proativamente colhendo informações para uma ação específica, algo intencional, planejado, fora do padrão”, diz a fonte.
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