sábado, 15 de outubro de 2022

Evangélicos fazem passeatas, vigílias e eventos em apoio ao ex-presidente Lula


A chamada “guerra santa” se tornou um dos marcos das eleições presidenciais de 2022. Nos últimos meses, as campanhas de Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) têm traçado estratégias voltadas aos eleitores religiosos para conquistar votos.

Na equipe de Lula, o esforço principal é chegar aos evangélicos, grupo no qual a popularidade do ex-presidente é menor. Com apoio de pastores de todo o país, o QG petista tem trabalhado para melhorar o cenário até o segundo turno das eleições.

A pesquisa Datafolha mais recente aponta Lula em vantagem entre os católicos. De acordo com o último levantamento do instituto, divulgado em 14 de outubro, o ex-presidente tem 57% das intenções de voto neste grupo, contra 37% de Bolsonaro. Entre os evangélicos, no entanto, Bolsonaro lidera a corrida, com 65% das intenções de voto, ante 31% de Lula.

O esforço da campanha petista pela conquista dos votos evangélicos tem sido dificultada pela disseminação de fake news. As mentiras são diversas: publicações nas redes sociais alegam que, se eleito, Lula pretende fechar igrejas, legalizar o aborto e perseguir cristãos.

A propagação de fake news foi revidada por apoiadores do ex-presidente. Nas últimas semanas, grupos petistas compartilharam imagens de Bolsonaro em visita a uma loja maçônica. Fotos manipuladas mostravam o presidente ao lado de imagens ligadas ao satanismo e diziam que o mandatário teria prometido “entregar o Brasil a satanás” caso fosse eleito.

Criada em agosto deste ano, a rede Evangélicos com Lula é um braço da campanha petista destinado apenas para a comunicação com os religiosos. Os perfis nas redes sociais e grupos no WhatsApp e Telegram divulgam, diariamente, vídeos com trechos de versículos bíblicos, além de desmentir informações falsas sobre o ex-presidente.

Os grupos também são utilizados para organizar vigílias de orações e compartilhar material “educativo” sobre como conversar com os “irmãos” sobre o plano de governo de Lula.

A rede é coordenada pelo pastor Luís Sabanay, ministro ordenado desde 1991, com atuação há 32 anos na Igreja Presbiteriana Independente do Brasil.

“As organizações e militância evangélica, por iniciativa própria, se organizam em comitês populares, nas atividades de distribuição de materiais, nas redes sociais e no dialogo em suas igrejas locais”, explica o religioso.

“O presidente Lula tem lembrado em suas falas do texto bíblico de Mateus 20: ‘Jesus foi um faminto, estrangeiro e sem teto’. Todas as vezes que acolhemos famintos, estrangeiros e sem teto, é como se estivéssemos acolhendo o próprio Jesus”, consta uma página do grupo.


Apesar da grande mobilização da campanha de Lula nas redes sociais, o trabalho que faz diferença, na opinião do pastor Filipe Gibran, é o contato cara a cara. O religioso ministra na igreja Comuna do Reino, em Belo Horizonte (MG).


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