Na terça-feira (29), durante um jantar de confraternização do PL, em Brasília, o chefe do Executivo discutiu com Zambelli. Segundo a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, deputados da sigla afirmam que o início da desavença se deu por um pedido de Zambelli para que Bolsonaro fosse para as ruas apoiar as reivindicações de golpe militar contra o resultado das urnas que deu a vitória ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A discussão ocorreu na mesa enquanto o presidente jantava. De acordo com relatos de pessoas presentes, Bolsonaro estava irritado com a deputada. No mesmo dia do jantar, Zambelli gravou um vídeo pedindo aos militares que apliquem um golpe de Estado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ela fez a gravação depois de um comunicado do Exército dizendo que seus militares da ativa “são apartidários em suas condutas”. Zambelli questionou se eles vão “prestar continência a um bandido”, se referindo a Lula.
“Dia 1º de janeiro, senhores generais quatro estrelas, vocês vão querer prestar continência a um bandido ou à nação brasileira? Não é hora de responder com carta, se dizendo apartidário, é hora de se posicionar, de que lado da história vocês vão ficar? Do lado da história que quer implantar o comunismo, e tirar nossas liberdades, ou do lado da história dos brasileiros que estão clamando ‘salvem nossas almas’ diante dos quartéis generais?”, disse no vídeo.
Além dos pedidos por um golpe de Estado e de tentar incentivar o chefe do Executivo a ir para as ruas, a deputada também é apontada como um dos motivos para a derrota de Bolsonaro nas eleições. Na véspera do segundo turno, Zambelli se meteu em uma confusão e correu atrás de um homem negro com uma arma, em São Paulo. Os filhos do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL), chegaram a defendê-la publicamente após o ocorrido, mas, depois do resultado das urnas, admitiram que o episódio foi negativo e prejudicou Bolsonaro.
Agora, a exatamente um mês da posse de Lula, Eduardo organiza um grupo dentro do PL para fazer oposição “forte e sistêmica” ao governo Lula. No entanto, Zambelli não está incluída nisso. De acordo com a jornalista Bela Megale, aliados do filho do presidente afirmaram que o deputado já tinha críticas em relação a atuação da bolsonarista desde a campanha, pois avaliava que ela trabalhava apenas para a eleição de seus “protegidos”.
Depois do episódio da perseguição armada ao homem negro, seguida pela derrota de Bolsonaro e com a irritação do presidente no jantar, Zambelli ficará de fora de muitas decisões e tudo indica para um rompimento entre ela e os Bolsonaros.
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