A menos de três semanas de deixar a Presidência da República, Jair Bolsonaro vai se isolando no silêncio que se impôs, no afastamento de aliados e na própria derrota no segundo turno.
A diplomação hoje de Luiz Inácio Lula da Silva foi mais um episódio a isolar o atual presidente, ainda que, nos últimos dois dias, ele tenha recebido um pequeno grupo de manifestantes golpistas convocados à frente do Palácio do Alvorada. A cerimônia no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de diplomação foi além de ser a segunda etapa mais importante do retorno de Lula ao Palácio do Planalto – a primeira, foi a vitória em outubro, e a terceira será, claro, a posse.
Não à toa Lula antecipou sua diplomação, anteriormente marcada para o dia 19. Como ele mesmo disse em entrevista, ele prefere ser diplomado primeiro para anunciar por completo seu ministério e também para começar tratativas com chefes de governo no exterior. Ele poderá viajar com mais autoridade ainda, acredita.
Mas Bolsonaro só tende a ficar só. Foi triste, e desnecessário, vê-lo no gramado do Alvorada, tendo uma horda de golpistas berrando palavras de ordem do outro lado do pequeno lago que separa os lados interno e externo do palácio. Foi apelativo usar a criança.
É ainda uma incógnita quais são os planos de Bolsonaro nestes dias que restam a ele no poder. Não tem mais trunfo algum. Não mobiliza mais número expressivo de massa. O que pode aprontar? Alguma cena ao passar a faixa a Lula? Caso compareça.
Esta “Era Bolsonaro” está indo embora. Se ele vai voltar, é outra história.
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