Indicado por Lula, o novo comandante do Exército, general Júlio César Arruda, assumirá o posto na sexta-feira (30), substituindo Marco Antônio Freire Gomes. A ideia agrada o futuro governo Lula, que prefere ter à frente da Força um nome de confiança neste momento de tensão e de pedidos de intervenção militar no poder, e agrada também Marco Antônio Freire Gomes, "que já havia manifestado nos bastidores seu desagrado em 'submeter-se' ao petista", segundo Thaís Oyama, do UOL, que lembra: "tradicionalmente, nas cerimônias de transmissão de cargo das Forças Armadas, o presidente da República recebe honras de chefe de estado".
O comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, que também resistia a prestar continência a Lula, mudou de ideia e deve transmitir o cargo em uma cerimônia normal, na presença - ou não - do futuro presidente - que precisa ser ao menos convidado.
Já Garnier Santos fará diferente. Ele foi o único dos comandantes que recusou o convite para uma reunião com o futuro ministro da Defesa, José Múcio, e "está decidido a manter a decisão de não prestar continência a Lula". "Para isso, usará uma saída, ainda não divulgada, que pretende ser um 'forte gesto' com a intenção de mostrar o desagrado do militar diante da ascensão do petista, que ele reputa um 'descondenado'. A oficialização da troca de comando na Marinha está marcada para o dia 5 de janeiro".
Apesar da resistência a Lula, Jair Bolsonaro (PL) também vem perdendo o apreço dos militares, segundo relata a reportagem. "A principal causa da insatisfação dos fardados para com o ex-capitão é a convicção de que, ao silenciar diante dos pedidos de golpe feitos por manifestantes que se aglomeram em torno dos quartéis, Bolsonaro transfere para os militares o ônus da 'inação' e a responsabilidade por qualquer iniciativa, golpista ou não. Oficiais do Exército reclamam de estar recebendo cobranças inclusive de parentes apoiadores de Bolsonaro para 'fazerem alguma coisa'".
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