O ex-jogador e comentarista esportivo Walter Casagrande Jr. não se intimidou com os ataques promovidos pelo goleiro Marcos e outros ex-jogadores pentacampeões mundiais por crítica que havia feito à postura deles na Copa do Catar. Pelo contrário. O ídolo do Corinthians publicou novo texto em seu blog no portal UOL, nesta quarta-feira (7), subindo o tom contra os ex-atletas e expondo verdades, como o apoio do grupo a Jair Bolsonaro (PL).
Recentemente, Casão havia criticado a postura de ex-jogadores da Seleção, em recado a Ronaldo Fenômeno, Kaká, Roberto Carlos e Cafu, que vêm assistindo aos jogos da Copa do Catar em camarotes, ao lado de dirigentes da Fifa, e não se misturam com os torcedores nas arquibancadas.
"Os brasileiros não se misturam, enquanto os argentinos nunca deixaram de ser torcedores. Existem vídeos e imagens rodando a internet com ex-jogadores argentinos que são de emocionar. E também existem vídeos e imagens de ex-jogadores brasileiros que chocam pela arrogância e pela distância que se colocam do nosso povo", havia dito o comentarista.O ex-golerio Marcos, então, se doeu pelos colegas e provocou Casão nas redes sociais. Bolsonarista, Marcos postou uma foto de Neymar, acompanhada de uma mensagem irônica: “Não precisamos dele não, precisamos do Walter Casagrande para o hexa”. A publicação provocou reações favoráveis de inúmeros jogadores e ex-atletas, como Felipe Melo, outro apoiador de Jair Bolsonaro (PL), e Kaká, que riram da ironia.
No novo texto publicado nesta quarta-feira, Casagrande diz que a reação dos pentacampeões a sua crítica se dá porque ele é "direto" e não "paparica" ninguém. "Ser campeão do mundo, como todos que venceram uma Copa pelo Brasil ao longo do tempo, é motivo de orgulho mesmo. Mas isso não significa que viraram pessoas intocáveis, e que podem fazer ou deixar de fazer qualquer coisa e tudo bem. Também não significa que sejam melhores ou piores que as outras pessoas", escreve o comentarista.
Ao longo do texto, Casão expõe o apoio de alguns desses pentacampeões a Jair Bolsonaro, destaca que eles não se uniram contra problemas sérios que assolam o país e ainda relembra a acusação de estupro contra o ex-jogador Robinho.
"Por um lado, até acho graça da ignorância de acharem que união é para isso. Todos esses jogadores, sem exceção, que se 'unirão' para me atacar não se uniram para cobrar as vacinas, para incentivar a vacinação, nem contra o desmatamento. Muito menos se uniram em movimentos antirracistas, contra a homofobia, contra a violência sofrida pelas mulheres", pontua o comentarista.
Na sequência, Casagrande questiona o que Marcos "acha" do fato de Robinho, condenado a 9 anos de prisão por estupro de vulnerável na Itália, estar "passeando livremente pelas praias de São Paulo" e se isso não incomoda o ex-goleiro. "Bom, não deve incomodar mesmo, porque foi um 'bobo da corte' do 'reinado' do perverso Bolsonaro. E hoje, com a queda do seu 'rei', só sobrou ser 'bobo sem corte'", dispara.
Casagrande, em sua resposta, ainda diz que os jogadores em questão se "uniram" a Tiago Leifert e que o jornalista já tentou prejudicá-lo. "Ele tentou me ridicularizar algumas vezes ao vivo, na TV Globo, para favorecer comentaristas amigos. Ele desrespeitava superiores na frente de todos por ser filho de diretor", expõe.
Sobre outros atletas do Penta, Casão afirma que "Rivaldo, Marcos e Kaká apoiam um golpe porque também não aceitaram a derrota democrática do 'minto' nas urnas". "Se bobear, se disfarçaram como o Robinho e foram cantar o hino para os pneus de caminhão", ironiza. "Para terminar: estar recebendo para estar lá sentado como papagaio de pirata dos dirigentes da Fifa e do Qatar num país que não respeita os direitos humanos, trata a mulher como um ser inferior, e defende a homofobia, é mais deprimente do que ir de graça", finaliza Casão.
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