"A tese do afastamento do presidente viralizou nas
instituições. O combate à pandemia já havia unido o país, do plenário
virtual do Congresso Nacional ao toque de recolher das favelas. Com o
pronunciamento em rede nacional, o presidente conseguiu convencer os
recalcitrantes de que hoje é um empecilho para a batalha pela saúde da
nação", escreve a jornalista Maria Cristina Fernandes, no jornal Valor.
A saída de Bolsonaro pela renúncia em vez do impeachment é o tema do
momento, segundo Fernandes: "Ainda que Bolsonaro hoje não tenha nem 10%
dos votos em plenário, um processo de impeachment ainda é de difícil de
viabilidade. Motivos não faltariam. Os parlamentares dizem que
Bolsonaro, assim como a ex-presidente Dilma Rousseff, já não governa. Se
uma caiu sob alegação de que teria infringido a Lei de Responsabilidade
Fiscal, o outro teria infrações em série contra uma 'lei de
responsabilidade social'. Permanece sem solução, porém, o déficit de
legitimidade e um impeachment em plenário virtual.Vem daí a solução que
ganha corpo, até nos meios militares, de uma saída do presidente por
renúncia. O problema é convencê-lo. A troco de que entregaria um mandato
conquistado nas urnas? O bem mais valioso que o presidente tem hoje é a
liberdade dos filhos. Esta é a moeda em jogo. Renúncia em troca de
anistia à toda tabuada: 01, 02 e 03. Foi assim que Boris Yeltsin, na
Rússia, foi convencido a sair, alegam os defensores da solução".
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