“Podemos ter uma situação de privação material gravíssima. A
próxima onda de descontentamento já está começando a se erguer”, diz o
economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos mais
respeitados do país, sobre a estratégia bolsonarista de combate ao
coronavírus, em entrevista à jornalista Érica Fraga na Folha de S.Paulo.
O olhar de Gianetti sobre Bolsonaro converge com a avaliação que se
generaliza em todo mundo, da China à Europa, exceto para Trump: “Se esta
crise tiver como efeito colateral a corrosão, a destruição e a redução a
pó dessa direita populista, ela não terá sido totalmente perdida.
Lideranças desse tipo colocam em risco à humanidade”.
O negacionismo de Bolsonaro na pandemia, com a mesma lógica da
negação das mudanças climáticas, mas com efeitos políticos nefastos para
o líder da extrema-direita: “É uma postura negacionista igualzinha à
que eles têm em relação à mudança climática, o mesmo menosprezo pela
ciência. Mas com uma diferença: a temporalidade da pandemia não é a
mesma da mudança climática.” Ele acrescenta: “Houve uma perda,
possivelmente irreparável, de capital político pelo equívoco cometido diante da crise atual”.
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