O avanço da pandemia causada pelo coronavírus trouxe consigo uma crise econômica de escala global. As principais bolsas de valores do mundo acumulam quedas superiores a 20% desde o início do ano. Dados divulgados pela Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) apontam uma possível perda de US$ 2 trilhões para a economia global devido à paralisia econômica causada pelo vírus.
“Não temos precedentes para isso na história das crises recentes. Não temos como comparar isso que está acontecendo com o cenário, por exemplo, de 2008. São crises de natureza muito diferentes. Em 2008, foi uma crise de natureza financeira. Uma crise causada por uma epidemia, ou seja, quando você junta uma crise econômica com uma crise de saúde é algo inédito”, afirma a economista Monica de Bolle, pesquisadora sênior do Peterson Institute for International Economics (PIIE).
Diante deste cenário, ela defende a adoção de estímulos econômicos de curto prazo, como investimentos públicos em infraestrutura por meio do BNDES, para que o país possa suportar uma crise econômica que se avizinha. Em entrevista à Agência Pública, ela criticou a postura adotada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, de somente defender as reformas como a solução para atravessar a crise e se disse à favor de uma revisão do teto de gastos aprovado no governo Temer.
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