sexta-feira, 21 de abril de 2023

Jornalista da CNN Brasil que vazou os vídeos é admirador e amigo pessoal do Jair Bolsonaro


As suspeitas de que a CNN havia armado contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ficaram mais fortes após a descoberta da identidade do jornalista que vazou o vídeo que culminou na demissão do ministro-chefe do GSI.

Trata-se de Leandro Magalhães, admirador de Jair Bolsonaro e amigo pessoal do ex-presidente. O repórter trabalhou por vários anos como assessor do PP, ex-partido de Bolsonaro, mas esconde essa informação em seu currículo no Linkedin e em outras plataformas.

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Bolsonaro falou poucas vezes com a imprensa durante os meses que passou nos EUA. Todas as entrevistas do ex-presidente foram concedidas à CNN. Em todas elas, o repórter era Leandro Magalhães, que chegou a acompanhar o ex-presidente no voo de volta ao Brasil.

Tudo indica que o vídeo vazado por Leandro Magalhães teve autorização prévia do alto escalão bolsonarista. O objetivo era claro: forçar a abertura da CPMI dos atos golpistas e colocar no colo do governo Lula parte da responsabilidade pelo terrorismo que se abateu sobre Brasília naquele 8 de janeiro.

A princípio, o governo Lula foi contra a CPMI pois existe a necessidade de centrar esforços para aprovar as pautas econômicas no Congresso Nacional e fazer o país voltar a crescer.

No vídeo vazado, apenas a identidade do general Gonçalves Dias é exposta — todos os demais militares do GSI aparecem com o rosto borrado. Como se sabe, Gonçalves Dias é um dos poucos generais do Exército com algum grau de proximidade com o presidente Lula.

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O vídeo também tenta induzir o telespectador a acreditar que Gonçalves Dias abriu as portas para os golpistas entrarem no Palácio do Planalto. A CNN omitiu que o ministro aparece nas imagens às 16:30, cerca de duas horas depois da invasão.

O vazamento do vídeo atingiu seu objetivo. Gonçalves Dias foi demitido poucas horas após as imagens viralizarem nas redes e nos veículos de comunicação. Mas a arapongagem também está sendo desmascarada de maneira acelerada.

Já se sabe quem são alguns dos militares do GSI que aparecem nas imagens. Um deles, que oferece água aos golpistas no Planalto, é o major José Eduardo Pereira. Ele foi nomeado para o órgão em 2020 pelo ex-ministro Augusto Heleno, um dos conselheiros mais próximos de Bolsonaro.

Está claro que no dia da tentativa de golpe de estado, com o novo governo tendo assumido havia apenas uma semana, milhares de bolsonaristas ainda estavam infiltrados nas estruturas do poder e não tinham sido demitidos.

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Depois de tudo o que está sendo revelado, muitas pessoas questionam se foi apressada a demissão de Gonçalves Dias. Veja o que disse o ex-ministro a respeito das imagens:

“Eu cheguei ao Palácio quando os extremistas tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. A maior parte subiu pela rampa. Como o Palácio tem vidro, as pessoas quebraram os vidros. Não entraram pelas portas. É um vidro extremamente vulnerável. Eu entrei no palácio depois que o palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º […] Colaram minha imagem àquela situação momentânea que estava ali, colaram minha imagem na daquele major distribuindo águas aos invasores. Fizeram um corte específico na produção, na produção dos vídeos divulgados […] Eu tenho 44 anos de profissão no Exército brasileiro. Sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que eu dou a mim até hoje é a honra. Então aquelas imagens são um absurdo. Quem tiver algum envolvimento, que seja punido. Inclusive aquele major. Aquilo é um desvio de atitude aqui de dentro […] Ninguém fala, mas nós preservamos praticamente o terceiro piso todinho. O coração do Planalto, que é a sala do presidente, ela foi preservada. Toda a ala do gabinete pessoal foi preservada e o quarto piso foi preservado por completo desses invasores”

A CNN ainda não se pronunciou oficialmente sobre o vídeo manipulado. A sequência a seguir, analisada pelo canal ‘Camarote da República’, mostra a manipulação da emissora:

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