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Amorim estava sendo questionado sobre a política externa do governo Lula (PT) e as recentes declarações do presidente sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Em tom provocativo e agressivo, Chacra tentou pressionar Amorim, cobrando um posicionamento do governo que fosse alinhado com o que o jornalista pensa, ou seja, favorável à Ucrânia.
“Embaixador, o senhor e o governo do Brasil falam muito em paz. Mas a gente observa vários conflitos no mundo que não têm paz. O que tem é cessar fogo, seguido de armistício e que são, muitas vezes, soluções injustas, no caso do Chipre, onde a Turquia ocupa dois terços do território cipriota”, iniciou Chacra.
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“Na sua avaliação, na avaliação do governo brasileiro, a Rússia vai manter território ucraniano, a Crimeia e mais parte de Donbas?”, questionou gaguejando.
“E uma outra pergunta: o senhor tem planos de visitar Kiev, já que o senhor foi até Moscou, não seria mais equilibrado visitar Kiev e convidar o Kuleba (Dmytro, ministro de Relações Exteriores da Ucrânia) para visitar o Brasil também? Por que essa diferença de o senhor ir à Rússia, o Lavrov (Sergey, ministro de Relações Exteriores da Rússia) vir ao Brasil? O senhor poderia, inclusive, ter ido a Kiev nessa viagem que foi a Moscou”, disse Chacra, em tomo provocativo.
Amorim tentou responder: “Você conhece as rotas de avião? Você acha que é fácil ir de Moscou a Kiev, sem correr um sério risco?”, questionou o assessor do governo, sendo interrompido pelo jornalista.
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Em seguida, Amorim disse que Chacra não deixava ele falar, mas, enfim, conseguiu: “Nós tratamos, também, de outros assuntos. Na volta de Moscou, eu parei na França, visto como um aliado da Ucrânia, justamente com o objetivo, primeiro se ser transparente, saber por que eu tinha ido lá conversar com o país, que, inclusive, já nos tinha sugerido uma conversa conjunta, que nós não achamos adequada”, explicou o ex-ministro.
“Mas nós estamos dispostos a conversar com quem quer que seja. Agora, cada vez que surge um convite, não é um convite para conversar, é um convite para ir lá ver a guerra. Nós sabemos que a guerra é uma coisa terrível. Nós vimos a guerra do Vietnã, nós vimos as guerras no Afeganistão, vimos a invasão do Iraque, vimos tudo isso. Eu não estou diminuindo a importância nem a tragédia do povo ucraniano. Os convites são sempre dessa forma”, acrescentou Amorim.
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“Então, é isso. É preciso haver uma disposição de conversar, de ouvir e ser ouvido. É isso que nós estamos procurando. Eu não excluo que se houver um convite desse tipo e dependendo, obviamente, da decisão do presidente Lula, porque eu sou um assessor dele, não sou, sequer, ministro, eu certamente consideraria”, concluiu.
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