quinta-feira, 17 de março de 2022

Policiais que mataram 4 pessoas intimidam testemunhas

 


Policiais militares acusados de executar quatro pessoas em uma fazenda na zona rural de Cavalcante, região da Chapada dos Veadeiros em Goiás, foram a casas de familiares de uma das testemunhas após o crime. As pessoas disseram que se sentiram intimidadas.

Inscreva-se no Canal Francisco Castro Política e Economia

A informação consta no pedido de prisão dos sete policiais, assinado por três promotores do Ministério Público de Goiás, em 21 de fevereiro. Os militares foram presos, indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo MP pelas mortes. A chacina ocorreu no dia 20 de janeiro deste ano.

De acordo com a testemunha, quatro policiais envolvidos nas mortes foram algumas vezes até as casas de uma amiga, uma prima, uma tia e na residência de ex-sogra, querendo saber do paradeiro de ambas, dizendo que ia intimá-las para prestar depoimento.

Além de investigação da Polícia Civil e do Ministério Público, a conduta dos militares é apurada por um inquérito policial militar, o IPM. No entanto, o Ministério Público já recomendou ao responsável pelo IPM que testemunhas não devem ser intimadas, coagidas ou conduzidas coercitivamente.

O pedido de prisão ainda citou um relatório da Polícia Civil, em que está escrito que “os populares da região se mostram reticentes em comentar sobre o ocorrido, com receio quanto à própria segurança, posto que os policiais militares envolvidos são atuantes na região”.

Presos por determinação da Justiça desde 25 de fevereiro, foram indiciados (homicídio qualificado e fraude processual) e denunciados os seguintes policiais: sargento Aguimar Prado de Morais, sargento Mivaldo José Toledo, cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos, soldado Welborney Kristiano Lopes dos Santos, cabo Luís César Mascarenhas Rodrigues, soldado Eustáquio Henrique do Nascimento e soldado Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida.

Todos eles são do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT) de Niquelândia e lotados no 14º Batalhão da PM de Goiás.

Segundo as investigações, Alan Pereira Soares, de 27 anos, Antônio Fernandes da Cunha, de 35, Ozanir Batista da Silva, de 46, e Salviano Souza Conceição, de 63, foram rendidos e executados a tiros por policiais militares.

Ainda segundo as investigações, os militares alteraram a cena do crime para dificultar a investigação. Eles dispararam ao menos 58 vezes, sendo 40 tiros de fuzil, mas retiraram a maior parte dos componentes das munições do local, que são elementos de prova na investigação.

Inscreva-se no Canal Francisco Castro Política e Economia

Nenhum comentário:

Postar um comentário