sábado, 5 de março de 2022

A insensatez de deputado ex-bolsonarista contra mulheres tal qual o Bolsonaro


Na Ucrânia sob o pretexto de auxiliar a resistência local contra a invasão russa, o deputado estadual paulista Arthur do Val (Podemos), conhecido como Mamãe, Falei, enviou áudios a colegas do Movimento Brasil Livre (MBL) com uma série de comentários machistas sobre as refugiadas ucranianas.

Nas mensagens, às quais a coluna teve acesso, o parlamentar afirma que as refugiadas que ele encontrou na fronteira entre a Eslovênia e a Ucrânia “são fáceis, porque são pobres”. Ele diz também que a fila de baladas brasileiras “não chega aos pés da fila de refugiados aqui”.

“Vou te dizer, são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheia de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, mas eu colei em duas ‘minas’, em dois grupos de ‘mina’, e é inacreditável a facilidade”, diz o deputado, que é pré-candidato ao governo de São Paulo nas eleições deste ano e conta com apoio do ex-juiz Sergio Moro.

“Só vou falar uma coisa para vocês: acabei de cruzar a fronteia a pé aqui, da Ucrânia com a Eslováquia. Eu juro, nunca na minha vida vi nada parecido em termos de ‘mina’ bonita. A fila das refugiadas… Imagina uma fila sei lá, de 200 metros, só deusa. Sem noção, inacreditável, fora de série. Se pegar a fila da melhor balada do Brasil, na melhor época do ano, não chega aos pés da fila de refugiados aqui”, diz o deputado estadual em outro áudio.

Ao retornar ao Brasil, neste sábado (5/3), o deputado estadual Arthur do Val (Podemos/SP), conhecido como Mamãe Falei, reconheceu que o áudio, no qual fala de mulheres ucranianas, foi machista – a gravação foi revelada em primeira mão pelo colunista Igor Gadelha, do Metrópoles. As declarações do político foram feitas no saguão do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

O parlamentar paulista pediu a oportunidade para se defender.

Durante um café da manhã com jornalistas na última quinta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro comentou a recusa do Museu Americano de História Natural de Nova Iorque (EUA) de sediar um evento em sua homenagem. Nesse evento, para reforçar suas convicções políticas a respeito da imagem do Brasil no exterior, o Bolsonaro fez a seguinte afirmação: 

"O Brasil não pode ser um país do mundo gay, de turismo gay. Temos famílias. Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade. Agora, não pode ficar conhecido como paraíso do mundo gay aqui dentro". 

A frase de Bolsonaro não só reforça a postura homofóbica que ele nega com veemência como banaliza um drama que precisamos resolver há pelo menos 50 anos: o turismo sexual.

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