Culto continuou mesmo após disparo

Testemunhas contaram que, apesar da gravidade do caso, o culto evangélico continuou normalmente enquanto a vítima agonizava e era socorrida pelo Corpo de Bombeiros. Muito sangue foi espalhado no local, como mostram vídeos sobre o episódio divulgados nas redes (ver abaixo). “Ele [Davi] baleado e sangrando e a pregação continuou como se nada tivesse acontecido”, lamentou um fiel.

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O Boletim de Ocorrência, registrado como ‘agressão por arma de fogo e lesão corporal culposa’ (sem intenção de machucar a pessoa agredida), tem apenas as versões dos policiais militares que atenderam o chamado na igreja, de onde a vítima saiu em uma maca, levado por bombeiros. A Polícia Militar de Goiás limitou-se a informar que instaurou um procedimento de apuração e que o cabo estava de folga no dia em que fez o disparo.

“Assim que a Polícia Militar tomou conhecimento do caso, determinou a instauração de procedimento administrativo disciplinar para apurar as circunstâncias do fato. Informamos ainda, que o policial militar apresentou de forma espontânea na delegacia de polícia civil para os procedimentos cabíveis”, diz nota da PM goiana.

Outros fiéis da Congregação Cristã do Brasil em Goiânia têm relatado que os pastores do templo usam o microfone para defender abertamente o governo do presidente Jair Bolsonaro e atacar legendas de esquerda como o PT, PSOL e PCdoB.

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“Em muito anos de igreja, eu nunca vi isso acontecer. Essa é a primeira vez que o fanatismo entrou dessa forma na nossa igreja. Quando alguém fala que não vai votar no Bolsonaro, é tido praticamente como um ‘endemoniado'”, relata um fiel.

“É lamentável porque sempre frequentei os corredores da igreja com muita tranquilidade e sem problemas com relacionamentos políticos. O próprio Estatuto da Religião define a mesma como uma organização ‘apolítica'”, finalizou.

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Segundo a última atualização do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), Davi passou por 6 horas de cirurgia para retirar a bala que atravessou as duas pernas, e segue sem risco de morte. O PM Vitor Lopes foi liberado após prestar depoimento.