O procurador da República Frederick Lustosa, do Ministério Público Federal no Distrito Federal, denunciou a militante Sara Giromini, mais conhecida como Sara Winter, pelos crimes de injúria e ameaça.
Segundo o procurador, Sara ofendeu Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), e ameaçou o ministro, causando “mal injusto e grave”. A denúncia não tem relação com o inquérito das fake news nem com a investigação dos atos antidemocráticos, em razão da qual Winter foi presa nesta semana em Brasília.
Após ser alvo de busca e apreensão autorizadas pelo magistrado, a apoiadora do presidente Jair Bolsonaro divulgou vídeo nas redes sociais com xingamentos e afirmando ter vontade de “trocar soco” com ele. “A gente vai infernizar a tua vida. A gente vai descobrir os lugares que o senhor frequenta. A gente vai descobrir quem são as empregadas domésticas que trabalham pro senhor. A gente vai descobrir tudo da sua vida. Até o senhor pedir pra sair.”, disse Sara na publicação.
Se condenada, o MPF pede para que Sara Giromini repare danos ao ministro no valor mínimo de 10 mil reais.
O procurador Frederick Lustosa arquivou a representação contra Sara por afronta à Lei de Segurança Nacional.
Segundo Lustosa, a fala da militante configura ameaça comum e não há evidências de que estivesse em curso algum plano para impedir os trabalhos do ministro ou do STF. Para que o crime seja considerado político é necessário, além da motivação e os objetivos políticos do agente, que tenha havido lesão real ou potencial aos bens jurídicos.
O procurador também foi contra a prisão de Sara Giromini por não ter verificado requisitos mínimos para a medida. Ao fim da manifestação, Lustosa afirma que sua atuação é “isenta e desvinculada de qualquer viés ideológico ou político-partidário, muito menos suscetível a qualquer tipo de pressão interna ou externa”.
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