A notícia mentirosa começou a circular no período em que Bolsonaro visitou a Rússia e foi espalhada por membros do alto escalão do governo. O próprio Bolsonaro reforçou a fake news durante entrevistas: “Mantivemos a nossa agenda e, coincidência ou não, parte das tropas deixou as fronteiras. Ao que tudo indica, a grande sinalização é que o caminho para a solução pacífica se apresenta no momento para Rússia e Ucrânia”, disse.
Na manhã desta quinta-feira (24), as mesmas pessoas que acreditaram na fake news estavam confusas. “Aconteceu alguma coisa para o Putin ter voltado atrás e decidido invadir a Ucrânia”, lamentou um blogueiro bolsonarista que gerencia uma das páginas mais agitadas de apoio ao presidente brasileiro nas redes.
O Ministro do Turismo, que havia sido um dos entusiastas da ideia do ‘Bolsonaro pacificador’, foi questionado hoje a respeito do conflito no leste europeu. Gilson Machado agora alega que Putin “não ouviu a mensagem de paz” levada pelo mandatário brasileiro. “Que ele levou uma mensagem de paz, ele levou. Mas depende do Putin se vai ouvir ou não”, afirmou.
Segundo o cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes, o levantamento mostrou que a ideia de que Bolsonaro havia apaziguado a situação na fronteira se espalhou fortemente na bolha bolsonarista.
“O percentual de pessoas comentando o assunto e que defendem essa ideia é similar ao percentual de avaliação positiva que o presidente tem hoje nas pesquisas de opinião publicadas. O que sugere que a mesma proporção de eleitores que gostam do governo está disposta a acreditar em tudo o que esteja relacionado positivamente a ele, mesmo que se trate da mentira mais absurda”, explica.
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