domingo, 27 de fevereiro de 2022

Bolsonaro diz que conversou por mais 2 horas com o Putin e que Brasil será “neutro” na guerra com a Ucrânia


Jair Bolsonaro afirmou em entrevista coletiva à imprensa que telefonou para o presidente russo, Vladimir Putin, neste domingo (27) e disse a ele que o Brasil vai ficar “neutro” em relação à guerra contra a Ucrânia.

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A declaração foi dada durante entrevista coletiva à imprensa dentro do Forte dos Andradas, em Guarujá, no litoral de São Paulo, onde ele passa o feriado de Carnaval, relatou o G1.

"Estive falando há pouco com o presidente Putin, tratamos dos fertilizantes, do nosso comércio, ficamos duas horas ao telefone. Ele falou da Ucrânia, mas me reservo a não entrar em detalhes da forma como vocês gostariam", disse Bolsonaro.

Indagado sobre o voto do Brasil favorável à resolução da ONU que condenou a operação militar na Ucrânia - vetado pela Rússia -, Bolsonaro garantiu que "não tem nenhuma sanção ou condenação ao presidente Putin". 

"O voto do Brasil não está definido e não está atrelado a qualquer potência. Nosso voto é livre e vai ser dado nessa direção [...]. A nossa posição com o ministro Carlos França é de equilíbrio. E nós não podemos interferir. Nós queremos a paz, mas não podemos trazer consequências para cá", defendeu.

Questionado se continuaria com discurso de neutralidade mesmo após o avanço das tropas russas por cidades da Ucrânia, Bolsonaro respondeu que “grande parte da população da Ucrânia fala russo”. 

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“São países praticamente irmãos. Um massacre de civis há muito tempo não se ouve falar. Não é tática de nenhum mundo fazer isso”, respondeu.

Bolsonaro disse ainda que não acredita que haverá um "massacre" na Ucrânia. "Eu entendo que não há interesse por parte do líder russo de praticar um massacre. Ele está se empenhando em duas regiões do Sul da Ucrânia que, em referendo, mais de 90% da população quis se tornar independente, se aproximando da Rússia. Uma decisão minha pode trazer sérios prejuízos para o Brasil".

“Somos solidários à Rússia”

Bolsonaro viajou para a Rússia na semana passada, pouco antes do início da guerra, que teve início na quinta-feira (24). Na ocasião, teve um almoço e conversa com Putin por mais de duas horas, quando conversaram sobre questões comerciais.

Em sua fala a Putin no Palácio do Kremlin, sede do governo russo, Bolsonaro afirmou que o Brasil é “solidário” à Rússia, sem fazer menção pública à tensão das últimas semanas. A declaração provocou reação negativa no governo dos Estados Unidos.

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