Inscreva-se no Canal Francisco Castro Política e Economia
Elio Gaspari fala do livro de Moro
Começa o colunista:
“Sergio Moro está em campanha e tomou uma rara iniciativa: publicou um livro escrito por ele, explicando-se e apresentando-se.
O epílogo diz tudo. Seu título é ‘Precisamos de você’, e a última frase é um pedido de ajuda: ‘A luta contra o sistema de corrupção nunca poderá prescindir de bons combatentes, entre eles você’.
Moro fala muito bem de si. Saem mal de seu livro o Supremo (quando o declara parcial), o Congresso (quando altera suas propostas) e Jair Bolsonaro (quando fritou-o)”.
Ele desenvolve:
“Ele justifica suas sentenças e defende com argumentos que parecem insuficientes o fato de ter patrocinado a exposição da interceptação telefônica de uma conversa de Lula com a então presidente Dilma Rousseff quando o prazo legal da escuta já tinha caducado.
Não foi ele quem autorizou a publicidade. Vá lá, mas quem foi?
O juiz que simbolizou a Lava Jato com seus méritos históricos conclui que a operação ‘foi vítima de suas virtudes, e não de seus erros’.
Moro trata do episódio que pode ter sido o maior erro do campeão da Lava Jato: sua ida para o ministério de Jair Bolsonaro.
Referindo-se à retórica de Bolsonaro durante a campanha de 2018, quando era um magistrado, ele diz:
‘Não imaginei, nem por um minuto, que aquelas declarações, muitas delas completamente absurdas, reverberassem em políticas públicas concretas. Havia uma distância entre discurso e gesto que me dava algum conforto'”.
E conclui:
“Ele não conta tudo, mas solta insinuações e avisa: ‘Quem sabe algum dia eu escreva um relato mais abrangente e detalhado, abordando fatos sobre os quais fica muito difícil me posicionar no momento’.
Tomara que isso aconteça logo. Falta contar com fatos, porque Bolsonaro queria interferir na Polícia Federal”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário