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Como confessou o próprio Jair Bolsonaro, ele demitiu Sergio Moro depois que o ex-ministro se recusou a intervir em órgãos de controle para impedir o inquérito da rachadinha envolvendo sua mulher e seu filho.
A fuga de Allan dos Santos revela a mesma coisa.
Diz o editorial do Estadão:
“É inacreditável que o aparato do Estado seja mobilizado ilegalmente para proteger uma pessoa próxima ao governante de turno, sobretudo um desqualificado como Allan dos Santos, de quem o país jamais ouviria falar não fosse o atual governo pródigo em chamar a atenção da sociedade para figuras obscuras como ele. A ação desabrida só se explica à luz da visão patrimonialista que Bolsonaro tem do Estado e do exercício do poder.
Proteger um dos mais fiéis aliados do presidente, mesmo que isso represente descumprir uma decisão exarada pelo STF, serve tanto como um ‘prêmio’ ao blogueiro por seus ‘serviços’, evidentemente, como também, e sobretudo, para atender ao interesse eleitoral de Bolsonaro (…).
Contumaz violador das leis e dos princípios da administração pública, Bolsonaro ainda causará muitos danos aos pilares republicanos até o final de seu mandato. A extensão desses danos só será definida pelos obstáculos legais que encontrar pela frente”.
É esse o verdadeiro golpe. E ele já ocorreu.
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