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Na primeira hipótese, ficará demonstrado que Bolsonaro de fato é um presidente que só faz perder apoios, como registram todas as pesquisas de opinião conhecidas até aqui. Na segunda, que é a maior ameaça à democracia desde o fim da ditadura de 64.
A repercussão disso no âmbito dos demais Poderes será desastrosa. Na Justiça, como reação natural, os inquéritos abertos para investigá-lo ganharão celeridade. No Congresso, partidos hoje aliados do governo afrouxarão seus laços com ele.
O Centrão é de direita, mas antes de tudo é pragmático. Uma coisa é cerrar fileiras com um presidente de extrema direita a pretexto de não deixar que ele ultrapasse as quatro linhas da Constituição e, de quebra, ainda extrair todas as vantagens possíveis.
Outra bem diferente é ajudá-lo a implantar no país um regime autoritário. A política, boa ou má, só perde quando a democracia dá lugar à ditadura. Ninguém acredita que os generais apliquem golpe para favorecer um ex-capitão enxotado do Exército.
O eventual gigantismo das manifestações do dia 7 de setembro aprisionará Bolsonaro numa camisa de força, porque reforçará sua certeza de que está no rumo certo, e não ao contrário, como supõem os ingênuos, complacentes ou meros desatentos.
Nem por puro oportunismo, a moderação jamais fez parte do repertório do presidente. O radicalismo sempre o alimentou. Anteontem, ele voltou a recomendar aos brasileiros que se armem. Ontem, disse que não deseja o golpe, mas que “tudo tem limite”.
Tudo o quê? Quem estabelece limites? As leis? Ele? Numa democracia, são as leis. Para um defensor da tortura e da ditadura, é ele. Bolsonaro ordenou aos seus ministros que se calem sobre assuntos impopulares pelos próximos nove dias.
Por enquanto, só ele fala.
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