"Filho da puta maldito. Deve ser espancado quando pisar na
rua!!" e "Assassino comunista fdp" -essas são algumas das ameaças que
cientistas do Amazonas estão recebendo nas redes sociais, de perfis
bolsonaristas fakes. Eles estão conduzindo uma pesquisa sobre o efeito
da cloroquina no tratamento do coronavírus e os resultados iniciais não
confirmam a propaganda de Jair Bolsonaro, que garante ser a droga um
remédio milagroso contra a infecção.
A pesquisa CloroCovid-19, é feita com 81 pacientes em estado grave
internados em Manaus. Participam dela 70 pesquisadores de instituições
como Fundação de Medicina Tropical (FMT), de Manaus, a Fiocruz, a USP e a
Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Os pacientes foram divididos
em dois grupos. Um grupo foi tratado com dosagem baixa, adotada em um
hospital dos EUA, e outro recebeu dose mais alta, adotada na China,
relata a Folha de S.Paulo.
O objetivo, segundo os pesquisadores, é "verificar se há ação
benéfica da cloroquina, em comparação com dados de outros estudos
internacionais, nos quais pacientes em condições clínicas semelhantes
não usaram cloroquina". Os primeiros resultados foram divulgados no dia
6 de abril em entrevista coletiva online de um pesquisador ao lado do
governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC). O cientista afirmou que os
pacientes "se beneficiaram discretamente" da cloroquina e que os
resultados encorajavam a continuidade, mas que, em dose mais alta, o
medicamento "pode, sim, dar arritmias graves e levar à morte".
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