Se não houvesse distanciamento social em São Paulo, todos os leitos já estariam ocupados no dia 6 de abril. Essa é a conclusão de um cálculo feito pelo Observatório COVID-19, que reúne pesquisadores da USP, Unesp, Unicamp, UFABC, UnB, entre outras instituições.
Os pesquisadores apontam que, no início da epidemia na capital paulista, a ocupação dos leitos com casos graves confirmados do novo coronavírus era de 0,8% dos leitos totais, segundo a base oficial de notificações SIVEP-GRIPE. Naquele momento, o número de casos da doença duplicava rapidamente – entre 2 e 3 dias, segundo cálculos feitos entre os dias 14 e 19 de março.
"Mesmo em cidades onde pacientes com COVID-19 ocupam atualmente uma porcentagem baixa dos leitos, a ocupação total de leitos pode ser atingida muito rapidamente sem medidas preventivas", escreve o Observatório.
"Medidas preventivas, como o isolamento social, aumentam o tempo de duplicação da doença e, portanto, diminuem a velocidade de ocupação dos leitos de hospitais. Iniciar as medidas preventivas somente quando 50% dos leitos estiverem ocupados pode ser muito tarde, já que o número de hospitalizados por COVID-19 aumenta exponencialmente, e os efeitos de medidas preventivas podem demorar para afetar o número de hospitalizações," afirmam os pesquisadores.
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