O jornal O Globo, da família Marinho, em editorial publicado nesta segunda-feira afirma que "O presidente Bolsonaro tem feito jus à biografia de um
político radical que construiu a carreira na bancada do baixo clero na
Câmara sem nunca ter se preocupado em se distanciar do lado mais escuro
da ditadura militar. Eleito legitimamente presidente da República, Jair
Bolsonaro tem sido coerente com seu passado e, à medida que se sente
legalmente tolhido a praticar um enfrentamento sem base científica da
epidemia da Covid-19, radicaliza, tendo chegado a um ponto perigoso
ontem, ao participar de manifestação em Brasília em que se pregou golpe
militar".
"A radicalização do discurso de Bolsonaro é acompanhada pela
mobilização de milícias virtuais no ataque a alvos do presidente, entre
eles, o deputado Rodrigo Maia, que preside a Câmara e atua, junto com o
presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para o Legislativo aprovar
medidas necessárias à compensação dos efeitos da grande recessão que
está às portas na economia e no campo social", reforça ainda o
editorial, que não chega a ponto de aderir ao Fora Bolsonaro.
"Bolsonaro demonstra conviver mal com os freios e contrapesos de uma
democracia representativa. Desde o início do seu governo ele já teve
várias oportunidades de aprender que Legislativo e Judiciário existem
para atuar ao lado do Executivo de forma harmônica, mas que existem
barreiras institucionais para conter um poder que tente se sobrepor aos
outros. Caso do Executivo com ele na Presidência. E terá de ser sempre
assim", finaliza o editorialista, na crença de que o projeto ditatorial
poderá ser contido.
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