O ator Antonio Fagundes falou sobre a pandemia do novo
coronavírus e comparou o discurso adotado por alguns, como o Bolsonaro, com as políticas
adotadas no período nazista.
"É horrível quem não valoriza idosos. Todo esse cenário me faz
lembrar da frase de Edmund Burke: 'Quem não conhece sua história, está
condenado a repeti-la'. Esse mesmo tipo de preconceito já foi visto na
história, com a eugenia. Na Alemanha, o nazismo eliminava idosos, uma
história que não pode se repetir. Eliminava-se também os que pensavam
diferente, os deficientes. O mundo está passando por isso de novo.
Milhões de pessoas morreram pela irracionalidade. E parece que não
aprendemos nada com isso", disse o ator de 70 anos em entrevista à Veja.
"Vão morrer alguns [idosos e pessoas mais vulneráveis] pelo vírus?
Sim, vão morrer. Se tiver um com deficiência, pegou no contrapé, eu
lamento", disse Jair Bolsonaro em recente entrevista.
Fagundes criticou ainda o discurso do "Estado mínimo", pois diante da
crise gerada pelo Covid-19, "vimos agora as falhas da política
econômica liberal que se diz independente do Estado".
"O Estado tem, sim, funções e obrigação em participar de políticas
econômicas, como projetos para a criação de emprego e uma melhor
distribuição de renda. A principal dessas atribuições é a saúde, que não
pode ser privatizada. Se o mundo não der atenção à ciência e à saúde
nos próximos anos, a próxima pandemia vai ser muito mais letal", afirmou o ator.
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