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Segundo a Folha de S.Paulo, ele afirma que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tomará posse no dia 1º de janeiro e também defende o assassinato de eleitores do petista. Procurado, ele disse que não comentaria suas falas e argumentou não saber se era ele mesmo nas mensagens.
Travassos é primeiro-sargento da Marinha e trabalha na divisão administrativa do gabinete de Augusto Heleno. O militar está lotado no Palácio do Planalto desde o final de 2016, quando Michel Temer (MDB) era presidente.
Em um vídeo gravado no último dia 24, data da estreia do Brasil na Copa do Mundo, Travassos criticou colegas do GSI e da Presidência que não estavam na manifestação no Quartel General do Exército, em Brasília, pedindo golpe.
“Aí pessoal, tá lotado. 24 de novembro de 2022, horário do jogo do Brasil, mas o povo não quer nem saber, o povo está aqui lutando pelo Brasil. Eu tenho certeza que o ladrão não sobe a rampa. Agora, você que tá bonitinho em casa, quando seu filho virar boiola ou uma sapatão esquerdista, não reclame”, disse ele.
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Nas mensagens, Travassos fala sobre a hipótese de o presidente eleito Lula não tomar posse e diz em um áudio ter feito a previsão a outro integrante do GSI, o general Joaquim Brandão, que é assessor especial de Heleno.
“O general Brandão me perguntou lá no gabinete: Marujo, o que você acha? Acho não, tenho certeza, o ladrão [em alusão a Lula] não vai subir a rampa. Por que você diz isso? Porque eu confio no povo que tá lá no QG, em todos quartéis Brasil afora, confio nos caminhoneiros e nos índios. Se as Forças Armadas não fizerem nada, nós vamos fazer.”
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Fotos, áudios e vídeos compartilhados da manifestação no QG do Exército apontam que Travassos chegou a dormir ao menos uma noite no local junto aos manifestantes.
O militar afirma nas conversas que haverá uma “guerra civil” no país. “Estevão, apagou por quê? É isso mesmo, tem um monte de colega omisso. Tem gente aqui nesse grupo, tem grupo de fora, meu prédio tem 17 moradores, dos 17, seis fazem o L. Nós precisamos saber quem é quem, porque a guerra civil vai rolar”, afirma Travassos.
A mensagem enviada no grupo era uma resposta a Estevão Luiz Soares, outro militar da Marinha lotado na Presidência. Após a citação à suposta guerra civil, Travassos afirma que defenderia qualquer “patriota”, mas que daria um tiro na cabeça do próprio irmão se ele fizesse o “L” de Lula.
“Não tô falando isso de brincadeirinha, não, é sério. Quem faz o L é terrorista. Tem que morrer mesmo, ou mudar ou morrer, porque não tem jeito uma pessoa dessa”, disse ele no grupo em referência aos eleitores de Lula.
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Travassos é militar da ativa e, portanto, não poderia participar de manifestações político-partidárias. A Constituição proíbe a filiação de militares da ativa a partidos políticos e a regra da categoria diz que é proibida “quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter reivindicatório ou político”.
Nas mensagens, porém, ele afirma que “o general” tem conhecimento da sua participação nos atos golpistas, mas não cita se o general seria Augusto Heleno.
“Pelo amor de Deus, alguém tá preocupado com isso? Ah, não vou não porque sou militar e não posso. O general sabe que eu tô aqui e eu falei que tem bastante gente, tem gente da segurança e tudo. Oh, meu irmão, é tudo ou nada, não tem conversinha”, disse.
.Em nota, o GSI disse que não é sua competência “autorizar servidores para que participem de qualquer tipo de manifestação” e que “as supostas declarações demandadas são de responsabilidade do autor em atividade pessoal fora do expediente”. (Do DCM)
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