Os empreendedores têm um longo namoro com as telas de cinema, paixão reacendida em tempos de redes sociais pelos novos magnatas que são verdadeiros astros pop. Alguns são figuras de inspiração e modelos positivos de vida; outros servem como lembretes de que o capital não deveria avançar sobre valores humanos básicos. O capitalismo, lembram os filmes citados nesta lista do Valor, constitui não apenas um sistema econômico, mas um modo de vida.
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10. Walt Antes de Mickey
Tamanha é a influência e o alcance de Walt Disney que até podemos esquecer que, por trás do império midiático fundado nos anos 1920 de receita mundial de US$ 67,4 bilhões, existia uma pessoa, o empreendedor Walter Elias Disney (1901-1966). Esta cinebiografia já deixa pistas no título, “Walt Antes de Mickey”, de que serão abordados os primeiros passos do criador do Mickey Mouse. Para quem gosta de didatismo, o filme é um prato cheio, já que o personagem aparece desde criança. Diz o narrador, enquanto vemos o pequeno Walt na fazenda: “Quando eu era um garotinho em Marceline, no Missouri, eu comecei a me interessar em desenhar. Meus primeiros rascunhos apareceram quando eu tinha apenas 7 anos”. O filme acompanha o personagem mais tarde, voltando da Segunda Guerra Mundial, os primeiros passos como ilustrador, a abertura da empresa onde fez seus primeiros curtas-metragens animados e o momento “Eureca”, quando depara com o rato que vai servir de inspiração para a criação de seu personagem mais famoso. (Título original: “Walt Before Mickey”. EUA, 2015. Direção: Khoa Le. Com Thomas Ian Nicholas, Jon Heder).
Onde ver: Netmovies, Amazon Prime Video
Veja também: “Walt nos Bastidores de Mary Poppins” . Indicado ao Oscar de melhor trilha sonora original, esta produção é mais elaborada que “Walt Antes de Mickey” e retrata um momento específico na carreira de Disney. Aqui, ele já é o empreendedor estabelecido e famoso que, após 20 anos de recusas, finalmente consegue os direitos para levar ao cinema o livro “Mary Poppins”. (Título original: “Saving Mr. Banks”. EUA/ Reino Unido/ Austrália, 2013. Direção: John Lee Hancock. Com Emma Thompson, Tom Hanks, Annie Rose Buckley). Onde ver: Disney+
9. Fome de Poder
Quer saber como começou a história do McDonald’s? “Fome de Poder” conta a história de Ray Kroc (interpretado pelo ex-Batman Michael Keaton), um vendedor de máquinas de milk-shake. Certo dia, em 1954, ele decide investigar por que uma lanchonete na Califórnia, dos irmãos Maurice e Richard McDonald, tinha um grande volume de pedidos. Ao perceber que o local vivia cheio, ele vê um potencial de lucro e consegue uma parceria com a dupla. Para construir “um império de fast-food com 1.600 restaurantes e faturamento anual de U$ 700 milhões” (no filme; hoje são 40.031 restaurantes e faturamento mundial de US$ 23,22 bilhões), esse “cara velho demais de 52 anos” se vale de persistência e práticas então inovadoras que até hoje fazem parte da filosofia da empresa (“Pedidos prontos em 30 segundos, e não 30 minutos”, como diz o filme). (Título original: “The Founder”. EUA/Grécia, 2016. Direção: John Lee Hancock. Com Michael Keaton, Nick Offerman, Laura Dern.)
Onde ver: HBO Max; para aluguel no Google Play, YouTube Filmes
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8. Steve Jobs
Se hoje você tem um smartphone e não se desgruda dele, agradeça (ou amaldiçoe) Steve Jobs (1955-2011). Empresário, inventor e cofundador da Apple, entre tantas outras denominações, já que se tornou um ícone cujas declarações são aforismos motivacionais, Jobs comoveu o mundo pela sua morte precoce (aos 56 anos). No entanto, nunca deixou de ser um personagem controverso. “Steve Jobs”, a cinebiografia dirigida por Danny Boyle (do cult “Trainspotting”), é um dos melhores entre os vários filmes que abordam o homem que trouxe o iPhone ao mundo, apesar de não ter ido muito bem de bilheteria. Em vez de contar a história de Jobs desde criancinha, a produção faz um corte temporal ao destacar três momentos importantes na sua carreira: o lançamento do primeiro computador Macintosh (1984); a criação da empresa que fundou após a saída da Apple, NeXT Inc (1988), e a apresentação do iMac (1998). Indicado a 2 Oscars: melhor ator principal (Michael Fassbender) e atriz coadjuvante (Kate Winslet). EUA, 2015. Direção: Danny Boyle. Com Michael Fassbender, Kate Winslet, Seth Rogen.
Onde ver: para aluguel no Now, Google Play, YouTube Filmes, Apple TV
Veja também: Por “Jobs” (EUA, 2013), o ator Ashton Kutcher foi indicado ao célebre Framboesa de Ouro (Razzie Award, que “premia” os piores do cinema) pelo papel principal. Direção: Joshua Michael Stern. Com Ashton Kutcher, Dermot Mulroney. Onde ver: Netflix, Amazon Prime Video/ “Steve Jobs: O Homem e a Máquina” é um documentário sobre o empreendedor dirigido pelo premiado Alex Gibney, vencedor do Oscar de melhor documentário por “Um Táxi para a Escuridão”. Título original: “Steve Jobs: The Man in the Machine”. (EUA, 2015). Direção: Alex Gibney. Onde ver:Globoplay, Star+, Telecine; para aluguel no Now, YouTube Filmes, Google Play, Apple TV.
7. Joy: O Nome do Sucesso
Há muitas maneiras de sonhar em enriquecer. Enquanto alguns apostam na Mega- Sena, outros trabalham muito ou ficam tentando bolar ideias geniais. Uma dessas pessoas é a americana Joy Mangano, de 66 anos, fundadora e CEO da Clean Boss, empresa que desenvolve produtos de limpeza. “Joy: O Nome do Sucesso” conta a história dessa empreendedora, retratada no momento em que, mãe solteira com dificuldades financeiras para criar os 2 filhos, dividia a casa com o ex-marido, a mãe, a avó e o pai, antes de criar o produto que mudou sua vida. De início, pode parecer meio estranho que Hollywood tenha se interessado em filmar a vida da criadora de um esfregão (o Mop). Mas vale lembrar que as histórias de superação sempre agradaram ao grande público, e a mensagem implícita de “Joy” é simples: qualquer um pode virar um empreendedor. Segundo a “Forbes”, Mangano é dona das patentes de mais de 100 produtos e marcas, desenvolveu produtos que renderam mais de US$ 3 bilhões e tem um patrimônio líquido em torno de US$ 50 milhões e US$ 70 milhões, segundo levantamentos disponíveis na internet. Pela sua atuação no papel de Joy Mangano, Jennifer Lawrence foi indicada ao Oscar de melhor atriz principal. (Título original: “Joy”. EUA, 2015. Direção: David O. Russell. Com Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Bradley Cooper)
Onde ver: Star+
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Quando foi lançado, “A Rede Social” deixou muita gente confusa. Em 2010 o Facebook ainda era algo relativamente novo, ainda visto por muitos como um Orkut melhorado. Será que seu criador Mark Zuckerberg já merecia uma cinebiografia (que acabou sendo indicada a 8 Oscars)? Mas, apesar de o filme trazer de fato os primeiros passos do então estudante de Harvard, o momento “Eureca” da criação do Facebook, as parcerias, as traições, o sucesso, os processos jurídicos etc., “A Rede Social” busca discutir outros assuntos além do mero retrato. Diretor de filmes cheio de nuances, como “Zodíaco” (2007) e “O Curioso Caso de Benjamin Button” (2008), David Fincher desnuda uma certa mediocridade pessoal que contrasta com a genialidade empresarial de Zuckerberg. E o que é ser um gênio nos dias atuais, pergunta o filme? Ser um jovem com uma ideia revolucionária e se tornar um bilionário ao criar uma plataforma onde as pessoas podem se expressar? Hoje, sabemos que a influência desse americano de 38 anos (em 15 de maio) vai muito além de ter popularizado uma guarda-roupa desleixado de moletons , como mostram a influência das redes sociais nas eleições de candidatos populistas mundo afora. O filme venceu 3 Oscars: melhor roteiro adaptado, montagem e trilha sonora original (Título original: The Social Network. EUA, 2010. Direção: David Fincher. Com Jesse Eisenberg, Andrew Garfield, Justin Timberlake).
Onde ver: HBO Max, Amazon Prime Video, Star+ e aluguel:YouTube Filmes, Google Play, Apple TV
5. Coco Antes de Chanel
“Da profunda pobreza à alta sociedade”, anuncia o trailer, já indicando que “Coco Antes de Chanel” segue uma narrativa bem clássica e tradicional. Mas essa opção não chega a ser um problema, já que esta cinebiografia tem aspectos técnicos, como figurino, fotografia e direção de arte, condizentes e à altura do refinado senso de sofisticação elaborado e eternizado pela estilista francesa nascida Gabrielle Bonheur Chanel (1883-1971). O filme deixa bem claro o papel revolucionário de Chanel (e a sua luta contra o preconceito) não apenas no mundo da moda, mas em mentalidades e modos de viver que ajudaram a definir o espírito cultural ocidental no século XX, que perdura até hoje. Chanel mostrou para uma sociedade conservadoramente vitoriana onde as mulheres ainda estavam às voltas com espartilhos e babados que era possível unir elegância e praticidade no vestuário do dia a dia, ao absorver e adaptar influências então vistas como exclusivas do universo masculino. Ao pressagiar a era das marcas e logos com o próprio nome, Chanel se tornou um símbolo atemporal, um conceito, mais do que uma emprendedora com vistas únicas para o lucro. Em 2020, a receita mundial da marca era de US$ 10,1 bilhões. Vencedor do César de melhor figurino e indicado ao Oscar na mesma categoria. (Título original: Coco Avant Chanel. França/ Bélgica, 2009. Direção: Anne Fontaine. Com Audrey Tautou, Benoît Poelvoorde).
Onde ver: Telecine; para aluguel na Apple TV
Veja também: “Saint Laurent” (2014), de Bertrand Bonello, com Gaspard Ulliel no papel do estilista francês. Onde: Globoplay e para aluguel: Google Play, YouTube Filmes e Apple TV.
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4. Tucker – Um Homem e Seu Sonho
Quem é aficionado por carros já deve ter, em algum momento, ao menos ouvido falar no empreendedor americano Preston Thomas Tucker (1903-1956). Ele criou o Tucker 48, ou Tucker Torpedo, um carro de carroceria sedã inovador para a época, “do futuro”. Com seu design inusitado e linhas em curvas, parecia estar em movimento, mesmo quando parado. Trazia também recursos de segurança, como o interior acolchoado e para-brisa que se desprendia em colisões, além de outras inovações para a época, como freios a disco nas quatro rodas, instrumentos e botões ao alcance do diâmetro do volante etc. Mas as coisas não foram muito adiante. “Tucker – Um Homem e Seu Sonho” mostra que o empresário sofreu ataques e processos, foi acusado pelo governo de fraude e má-fé contra investidores e concessionárias. Apesar de ser absolvido e não ser preso, Tucker teve que fechar sua fábrica. Apenas 51 modelos do Tucker 48 foram produzidos; a maioria está em museus hoje. Francis Ford Coppola, o diretor desta cinebiografia, viu-se refletido na
história desse homem que sonhou alto e pagou um preço amargo. Um dos nomes mais poderosos e quentes de Hollywood após os sucessos de “O Poderoso Chefão” (1972) e “Apocalypse Now” (1979), Coppola também foi à bancarrota, mas após o fracasso retumbante de um filme, o pretensioso musical “O Fundo do Coração” (1981), que levou seu estúdio, Zoetrope, à falência. Apesar da fascinante vida de Tucker, o público parece que não gostou muito de ver nas telas a história de um homem que “fracassa”. O filme teve críticas positivas, mas foi mal nas bilheterias. (Título original: Tucker: The Man and His Dream). EUA, 1988. Direção: Francis Ford Coppola. Com Jeff Bridges, Joan Allen, Martin Landau. Indicado a 3 Oscars: melhor ator coadjuvante (Martin Landau), figurino e direção de arte.
Onde ver: para aluguel no YouTube Filmes, Apple TV, Amazon Prime Video, Google Play
3. Chatô, o Rei do Brasil
Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello (1892-1968): não apenas o nome é extenso, mas a própria vida do empresário paraibano, político, mecenas, jornalista etc., que durante muito tempo pareceu indomável, incapaz de ser contido num simples longa-metragem. Fundador de um império da comunicação, Chatô
(como era conhecido) foi um dos homens mais influentes (e controversos) no país entre as décadas de 1940 e 1960, o “rei do Brasil”, como diz o título da biografia escrita por Fernando Morais, que inspirou o filme. Dono dos “Diários Associados”, que chegou a ser o maior conglomerado de mídia da América Latina, Chatô é o “culpado” pela chegada da televisão ao Brasil: em 1950, inaugurou a TV Tupi, o primeiro canal de TV do país. No campo cultural, sua influência ainda se extende a outra instituição gigante, o Masp, criado em 1947 com Pietro Maria Bardi. Moderna e atual, “Chatô, o Rei do Brasil” é de longe a cinebiografia que carrega mais idiossincrasias desta lista, e provavelmente da própria história do cinema brasileiro. E não apenas na sua forma, que está mais próxima de um delírio tropicalista e surreal do que da estrutura de uma típica telenovela ou seriado, apesar de contar episódios importantes da vida do empresário. “Chatô” carrega em si as particularidades, burocracias e perversões do Brasil: a produção dirigida pelo ator Guilherme Fontes, filmada entre 1995 e 1999, levou quase 20 anos para chegar aos cinemas. Acusado de má gestão de verbas públicas e irregularidades, Fontes teve vidas pública e pessoal devassadas antes de ver o filme finalmente estrear nos cinemas, em 2015, e ter a prestação de contas aprovada em 2019. (Produção: Brasil, 2015. Direção: Guilherme Fontes. Com Marco Ricca, Andrea Beltrão, Paulo Betti.)
Onde ver: Netflix
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2. O Aviador
Pode parecer uma obviedade, mas é sempre bom lembrar que cinebiografias são uma versão de um diretor/roteirista/ator sobre um personagem real, e não a verdade absoluta. Tudo é uma construção. As coisas se complicam ainda mais quando se trata de “O Aviador”, a visão de Martin Scorsese sobre o magnata americano Howard Hughes durante os anos 1920 e 1940, quando seu nome era sinônimo de glamour, extravagância e Hollywood, ao atuar como produtor cinematográfico. Se qualquer pessoa, por mais anônima que seja, carrega contradições, Hughes circulava num meio onde a imagem e a performance esvaziavam as essências individuais. Ele viveu as glórias e contradições do espírito empreendedor americano do século XX, e no seu caso o lado heróico do caubói capitalista desembocou em paranoia e loucura. Muito jovem Hughes já era um milionário, e a paixão pelos excessos o aproximou da aviação. Martin Scorsese não deixa de lado a condição clínica do empresário, que era hipocondríaco e tinha uma obsessão por higiene pessoal; hoje poderia ser diagonisticado como portador de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Seria esse o destino e a punição, na visão de um diretor católico (que já abordou religiosidade e religiões em diversos filmes), para quem se envolve com as sujeiras do poder e do capital e faz do individualismo doentio uma profissão de fé? Vencedor de 5 Oscars: melhor atriz coadjuvante (Cate Blanchett), fotografia, montagem, direção de arte, figurino. (Título original: The Aviator. EUA, 2004. Direção: Martin Scorsese. Com Leonardo DiCaprio, Cate Blanchett, Kate Beckinsale).
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1. Cidadão Kane
Hoje em dia pouca gente sabe quem foi o bilionário William Randolph Hearst (1863-1951), empresário que construiu uma enorme rede de jornais nos EUA e revolucionou a imprensa do país. Mas muita gente, principalmente cinéfilos, tem entre seus filmes prediletos “Cidadão Kane”, inspirado na vida desse empreendedor, ainda que aqui com outro nome, “disfarçado” (não adiantou muito, porque Hearst ficou irritadíssimo ao ver episódios de sua vida no filme). Se antes de nossa era de “fake news” disseminadas em redes sociais eram os jornais sensacionalistas que distorciam os fatos, cabe a Hearst muito da responsabilidade pela proliferação da “imprensa marrom”, que se desvia da ética jornalística. Usando a repercussão de seus veículos, o empresário tinha enorme poder, influenciando a opinião pública e a política. Por duas vezes foi eleito pelo Partido Democrata para a Câmara dos Representantes dos EUA e chegou a concorrer para a prefeitura de Nova York e para governador do estado. Mas “Cidadão Kane”, o filme, é um monumento por si só. Por 50 anos consecutivos, foi conhecido como “o melhor filme de todos os tempos”, graças ao ranking do British Film Institute. Apenas em 2012 os votantes
( 846 críticos e outros profissionais do cinema) elegeram outro filme, “Um Corpo que Cai”, de Alfred Hitchcock. E por que essa badalação toda? A começar pelo diretor, Orson Welles, um garoto prodígio do teatro, que tinha apenas 25 anos na época da produção do filme, “Cidadão Kane” elenca sacadas geniais e várias técnicas e recursos narrativos, hoje banais, que ajudaram a definir o que é o cinema moderno. Além dessas conquistas, “Cidadão Kane” lança uma questão filosófica: a impossibilidade de definir e entender o que é e o que deseja um ser humano. Vencedor do Oscar de melhor roteiro original. (Título original: Citizen Kane. EUA, 1941. Direção: Orson Welles. Com Orson Welles, Joseph Cotten, Dorothy Comingore).
Onde ver: HBO Max, Belas Artes à la Carte; para aluguel no Now, Google Play, Amazon Prime Video, YouTube Filmes, iTunes
Veja também: “Mank” conta a história do roteirista do filme durante a produção de “Cidadão Kane”. Vencedor de 2 Oscars: melhor design de produção e fotografia. EUA, 2020. Direção: David Fincher. Com Gary Oldman, Amanda Seyfried, Lily Collins.Onde ver: Netflix
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