terça-feira, 24 de maio de 2022

Mulher passa mal e fratura pé após racismo em loja da Renner em Salvador


Na última sexta-feira (20), enquanto fazia compras em uma loja, uma mulher, que é negra, foi acusada de roubo por um dos funcionários do lugar. Após a acusação, ela passou mal e acabou desmaiando. A atendente de laboratório Fernanda Rodrigues estava com os irmãos, Leandro e Renata Rodrigues em uma das lojas Renner, em Salvador.

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Segundo Leandro, a atendente de laboratório estava na loja escolhendo uma roupa quando quando foi abordada por um segurança da loja, que a acusou de estar roubando juntamente com outra cliente que foi pega no local.

“Depois que essa cliente foi flagrada e retirada da loja, o segurança, de nome Caio Paz, chegou para minha irmã dizendo que sabia que ela estava na companhia da cliente que furtava e mandou minha irmã se retirar da loja com palavras agressivas”, afirmou.

Segundo a própria Fernanda, o segurança alegou afirmando que tinha visto tudo. “Quer dizer que você está roubando a loja junto com essa mulher? Eu disse: ‘ Como é que é?’ Você viu?’ Ele falou: Eu vi. As câmeras estão aí para provar”, disse.

“Ela se desculpou em nome da loja, mas as desculpas não retiram a ofensa e nem devolvem a saúde de minha irmã”, disse Renata, irmã da vítima, após os pedidos de desculpas do estabelecimento.

“Eu não vou mais andar nos lugares como eu andava antes. Toda vez que eu toco nesse fato, eu não consigo relatar sem chorar. É algo humilhante, isso tem que parar”, disse Fernanda Rodrigues.

Segundo Leandro, o irmão da vítima, foi um caso de racismo na situação. “Buscamos a orientação de um advogado do Coletivo de Entidades Negras porque isso é inadmissível. Minha irmã foi acusada por ser negra. Nada nas atitudes ligavam ela à outra cliente que furtou os perfumes”, disparou.

De acordo com o advogado Marcos Alan Hora, o segurança da loja praticou o crime de calúnia. “Houve também o crime de racismo, mais grave, tipificado no artigo 5º e no artigo 20 da Lei 7716/89, pois essa acusação teve por fundamento a discriminação racial (preconceito), único e exclusivo motivo da abordagem”, explicou.

“Do ponto de vista do Direito Civil, existem danos morais e materiais a serem apurados em uma ação cível, que deverá ser proposta o mais rápido possível”, continuou.

Fernanda relatou que foi informada pela gerência da loja que o segurança foi demitido. Porém, em nota pública das Lojas Renner afirmou, que após verificar imagens captadas pelo circuito interno de TV e analisar os fatos, não encontrou evidências das acusações relatadas.

Em nota, a Polícia Civil informou que o caso é investigado pela 11ª Delegacia Territorial (DT)/Tancredo Neves.

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