O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, defendeu a permanência de Bolsonaro no poder, dizendo que um impeachment seria "desastroso" para o país.
Ao Estadão, o ministro também disse que o povo brasileiro não deseja a abertura do processo, não ciente de que pesquisas apontam que a maioria é a favor da medida.
"O impeachment é um processo político que o Supremo não pode nem se intrometer no mérito. Mas, em uma pós-pandemia, em que o País precisa se reerguer economicamente, atrair investidores e consolidar a nossa democracia, eu acho que seria um desastre para o País. O Brasil não aguenta três impeachments. O Brasil tem de ouvir o povo e o povo é ouvido através de seus representantes que estão no Parlamento. Acho que o impeachment seria desastroso", disse.
A relação de Fux com Bolsonaro é difícil de se caracterizar, já que ela é tanto apaziguadora como condenatória.
Por exemplo, na abertura do ano judiciário, ao lado de Bolsonaro, Fux exaltou a ciência, comemorou a chegada da vacina e criticou o "negacionismo" do presidente.
Nessa mesma entrevista ao Estadão, o ministro Luiz Fux foi questionado sobre a situação de Arthur Lira, réu por corrupção que está na linha sucessória da Presidência da República.
“Pelo princípio da moralidade, eu entendo que os partícipes da vida pública brasileira devem ter ficha limpa. Sou muito exigente com relação aos requisitos que um homem público deve cumprir para a assunção de cargos de relevância, como a substituição do presidente. Eu acho que, realmente, uma pessoa denunciada assumir a Presidência da República, seja ela qual for, é algo que até no plano internacional não é o melhor quadro para o Brasil.”
O novo presidente da Câmara não poderá ocupar a presidência da República em caso de ausência de Jair Bolsonaro e o vice, Hamilton Mourão.
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