domingo, 21 de fevereiro de 2021

O blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio também fala fino diante da Polícia Federal

 


O blogueiro Oswaldo Eustáquio (foto), que está em prisão domiciliar em função de sua participação nos atos antidemocráticos, confirmou, em depoimento  à Polícia Federal,  que defendeu mesmo uma “intervenção popular” no Congresso Nacional durante manifestações consideradas antidemocráticas do ano passado. Mas teria havido um mal-entendido. Ele explicou que a intervenção popular a que ele se referia seria feita através do voto — democraticamente, portanto. É um ajuste de versão conveniente diante da atual conjuntura.

O blogueiro é um dos investigados no inquérito instaurado pelo Supremo Tribunal Federal para apurar os atos antidemocráticos.  Preso no fim do ano passado, Oswaldo está impedido de utilizar as redes sociais, de conceder entrevistas e sair de casa.  Na penitenciária da Papuda, em Brasília, onde ficou detido, ele levou um tombo quando tentava consertar um chuveiro, lesionando a coluna vertebral. Correu o risco de ficar paraplégico.

Militante nas redes sociais, Oswaldo nega que tenha defendido o fechamento do Congresso ou do Supremo. De acordo com as investigações, ele é suspeito de financiar manifestações que ocorreram em Brasília. Por conta disso,  teve a prisão preventiva decretada e, atualmente, cumpre a decisão judicial  em regime domiciliar, usando uma tornozeleira eletrônica.

Num tom bem abaixo do que custava usar em suas pregações radicais antes de ser detido, Oswaldo, agora, diz  que tem planos de seguir a carreira política, provavelmente disputando uma vaga no Congresso em 2022.  Ele comentou com a família que, quando for autorizado a voltar a utilizar suas redes sociais,  vai retomar as críticas que fazia ao Congresso e ao STF — sempre ressaltando, é claro,  que a  tal “intervenção” que defende  se dará “no voto”.

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Em nota enviada a VEJA, Sandra Terena, esposa de Oswaldo Eustáquio, diz que o marido não baixou o tom de suas críticas e nem ajustou sua versão.

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Sandra faz uma grave denúncia:  Oswaldo Eustáquio teria sido torturado quando estava preso. “Meu marido foi torturado na prisão da Papuda, desmaiou de tanto apanhar. Foi vítima de uma técnica de tortura chamada extração, onde dois policiais o seguravam pelos braços, torcendo as mãos dele, outro no pescoço até perder o ar. Depois outro policial penal jogou spray de pimenta no seu rosto. O procedimento foi realizado até ele desmaiar. Seu estado é de paraplegia por após uma prisão ilegal por crime de opinião”.

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