Eliane Cantanhêde. Foto: Reprodução/YouTube
O Brasil vive “uma tragédia”, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e uma sucessão de notícias asfixiantes em várias frentes: pandemia, desemprego, estatais, mercado, Congresso, Judiciário e, no centro de tudo, o Executivo. Não satisfeito em atacar até as vacinas, o presidente da República, Jair Bolsonaro, coroa esse resumo do caos combatendo as… máscaras!
Com uma nova variante mais voraz e o recorde de 1.582 mortos em 24 horas, as vagas de UTI esgotam-se no sistema público e privado por toda a parte. Sem saída, governadores decretam formas de lockdown de resultados incertos. E as vacinas? O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta resume: o vírus se espalha de Ferrari, as vacinas chegam de carroça.
Se não há mais ministro na Saúde, deixou de haver na Economia. Paulo Guedes está asfixiado como o povo de Manaus, mas se contenta com os elogios de Bolsonaro à sua “galhardia” e assiste impassível ao desmanche da sua política econômica e de sua equipe. Sérgio Moro demorou muito, mas tinha um limite: a intervenção na PF. Guedes passou do ponto: a intervenção na Petrobrás.
Não bastasse a pandemia, a economia sofre o temor de politização das estatais e da definição de preços, com Bolsonaro rasgando definitivamente a fantasia liberal. E lá se vai o presidente do Banco do Brasil, enquanto o governo lança as privatizações dos Correios e da Eletrobrás como isca. Morde quem quer.
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O cúmulo foi Jair Bolsonaro se pautar por algumas linhas de um lunático no Twitter para desacreditar as máscaras, que evitam contaminação e mortes no mundo inteiro. Se trabalha contra vacina, isolamento e até máscara, o que ele quer? Assistir de camarote a uma roleta-russa com todos os brasileiros, em que muitos milhares morrem, sabe-se lá quantos têm sequelas graves e o Brasil afunda. Há algo aterrorizante nisso aí.
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