Na gravação, ele diz que Bolsonaro chegou a lhe prometer o Ministério da Justiça, mas o ex-assessor não sabia se estava preparado para a função. Só não queria ser “deixado pelo caminho” – como aconteceu poucos meses depois.
“Eu falei pra ele que não sabia se estava preparado para a função, se era isso o que eu queria, se seria essa a melhor contribuição que eu poderia dar para o meu país e para o governo dele. Botei uma mão em cada joelho dele e disse assim: ‘Capitão, só tem uma coisa que lhe peço. Não faço questão de nada, nunca lhe pedi nada. Mas a única coisa que não estou preparado é para ser deixado pelo caminho. Gosto de servir, mas não estou disposto a ser usado. Em alguns momentos fica uma pulga atrás da orelha se eu estou sendo usado ou não’.”
O vídeo foi divulgado inicialmente pelo humorista André Marinho no canal Flow Podcast e fará parte de um documentário dirigido por Bruno Barreto.
No mesmo depoimento, Bebianno afirma que, numa outra conversa, reclamou com Jair Bolsonaro sobre os constantes ataques de Carlos Bolsonaro nas redes contra aliados da campanha.
Diante das queixas, o presidente mandou o ex-ministro processar o filho 02, para dar-lhe uma lição.
“Num dia anterior, o Carlos tinha irritado muito a todos nós por conta de ataques infundados, gratuitos, que ele tinha feito nas redes sociais em relação a uma série de pessoas, inclusive da equipe de comunicação, que trabalhavam muito aqui para que o projeto fosse bem sucedido. E o Carlos disparou a metralhadora giratória por conta de ciumeira. Nesse dia, o Jair virou pra mim e falou assim: ‘Gustavo, processa ele! Processa ele!’ E eu disse: ‘Capitão, os seus filhos, não’. E ele disse: “Mas o moleque tem que aprender. Tá na hora de ele aprender’.”
Em seguida, Bebianno pondera: “Talvez tivesse sido um acerto ter seguido a orientação dele, processado o Carlos. Talvez, se ele tivesse tomado um susto, amadurecesse um pouco, porque ele não tem a mínima ideia do mal que ele faz às pessoas”.
Assista ao vídeo no Antagonista, clicando aqui.
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