A intervenção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no comando da Petrobras foi o golpe mais forte na confiança do investidor estrangeiro desde o início deste governo e provocou novas dúvidas sobre o tamanho do poder que o ministro Paulo Guedes (Economia) ainda exerce sobre a política econômica do Brasil.
Os donos do dinheiro no exterior já estavam bastante cautelosos quanto a fazer aportes no Brasil, que tem perdido relevância global por causa da piora de seus indicadores econômicos e não possui grau de investimento há algum tempo. Assim, o impacto da interferência do presidente brasileiro na estatal do petróleo causou temor de um efeito cascata em outras empresas públicas e deve ter reflexos a longo prazo no mercado externo.
Muitos dos investidores nos EUA não acreditam que Guedes deixará o cargo em breve. Dizem que o ministro —que sempre afirmou ter sido rechaçado pelos intelectuais da economia— agora se sente aceito no poder.
(…) Investidores e analistas ouvidos pela Folha afirmam que a interferência de Bolsonaro causou preocupação no mercado estrangeiro, que vê nas ações da Petrobras o principal termômetro da economia do Brasil, e pode ter afugentado os poucos investimentos que entravam no país (...)
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