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A fonte de recursos é o rico Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que gerencia um orçamento de R$ 55 bilhões. Bolsonaro delegou o controle do FNDE ao PP logo após celebrar sua aliança com o Centrão, em 2020. O presidente do órgão, Marcelo Lopes da Ponte, foi indicado pelo atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (Ponte era o seu antigo chefe de gabinete no Senado). Ciro foi um dos pilotos do casamento do grupo fisiológico com Bolsonaro, assim como Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, atual partido do presidente. E Valdemar virou o outro manda-chuva do FNDE, que se transformou no maior balcão de negócios de interesses paroquiais para cooptar prefeituras e aliados. A caixa-preta do FNDE funciona sob a batuta desses dois caciques.
De acordo com denúncias enviadas à reportagem da ISTOÉ, o esquema de consultorias fake é comandado por Gabriel Medeiros Vilar, que já trabalhava no MEC antes do governo Bolsonaro, mas passou a atuar em coordenação com os dois políticos. Gabriel, de apenas 27 anos, que também é conhecido como “menino de ouro” ou “menino raposo” por sua agilidade, é diretor de Articulação e Projetos Educacionais e seria o responsável por toda a articulação política do esquema, já que ele sempre manteve um bom relacionamento com vários parlamentares. É ele quem bate o martelo sobre liberação de orçamentos e consultorias. Já fazia parte dos quadros do MEC, mas se fortaleceu na atual gestão. Recentemente, ficou conhecido por ter comprado um automóvel cujo valor é incompatível com o salário que ele recebe.
O suposto esquema conta ainda com a participação de um homem forte indicado por Valdemar da Costa Neto: Garigham Amarante, diretor de Ações Educacionais do FNDE, responsável pelo recebimento de emendas para aplicação em programas de alimentação e transporte escolar (ele também foi flagrado com um automóvel de valor incompatível ao seu salário). A Diretoria de Tecnologia e Inovação está a cargo de Paulo Roberto Guimarães Júnior, que substituiu Paulo Roberto Aragão Ramalho, também indicado por Valdemar, após este ter sido exonerado em outubro do ano passado por indício de fraude em convênio assinado pelo FNDE.
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