sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Militar afirma que os índios deveriam ter vergonha na cara e trabalharem


 
o suboficial reformado da Marinha Ronalde de Barros Ramos. Foto: Reprodução
Ataques a indígenas feitos pelo suboficial reformado da Marinha Ronalde de Barros Ramos geraram onda de indignação e pedido de investigação ao Ministério Público. Em conversa na última terça (23) o coordenador do DSEI (Distrito de Saúde Especial Indígena) do Ministério da Saúde na região do Araguaia reagiu de maneira hostil sobre o atendimento de saúde na região.

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O agente de combate a endemias do DSEI e educados indígena, Luiz Flávio Juanahu Karajá havia feito uma avaliação sobre o atendimento na região e foi atacado em resposta. O militar afirmou o seguinte:

“Vocês não sabem porra nenhuma. Nada. Nem trabalhar vocês sabem. Um monte de terra, ninguém produz nada. Querem só ficar vivendo de miséria do povo, do governo. Vocês têm que ter vergonha na cara e trabalhar, pô”.

Ele diz que “também é índio” e prossegue:

“Nós temos que aprender, porque eu também sou índio. Eu sou índio, o senhor sabe disso. Eu sou mestiço. E aprendi a trabalhar. Eu nem preciso trabalhar mais, eu sou aposentado, eu ganho 12 mil reais da Marinha. E tenho mais duas casas alugadas. Eu trabalho dia e noite, quando eu sair daqui eu vou trabalhar lá fora. É isso que vocês, o nosso povo, tem que aprender a fazer, é trabalhar”.

“Há 500 anos nós fomos descobertos e nós não conseguimos trabalhar, aprender com ‘tootori’ [não indígena] a produzir. Vocês não eram para precisar de saúde indígena, de saúde de merreca de governo, nosso povo era para ser milionário pela terra que nós temos. O que falta para nós é isso que está faltando pro nosso povo”, finaliza.

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