sexta-feira, 10 de setembro de 2021

A jornalista Vera Magalhães diz que quem acreditar no recuo de Bolsonaro é cínico, burro ou ingênuo

 

                                Vera Magalhães e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Marcos Corrêa /PR)
A jornalista Vera Magalhães escreve, em sua coluna no jornal O Globo, que quem acreditar no arrependimento de Jair Bolsonaro após as ameaças de golpe que proferiu no 7 de setembro sinceramente proferiu no 7 de Setembro “é cínico, burro ou ingênuo. Ou um mix dos três”.

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“Cínico será o alívio do mercado, dos ministros e dos deputados da base aliada. O primeiro grupo tratará de tentar recuperar os prejuízos dos últimos dias. Os integrantes do primeiro escalão buscarão para o espelho, para o travesseiro e para os filhos uma justificativa plausível para continuar servindo a um governo que busca uma ruptura institucional.

E os nobres parlamentares da base aliada encontrarão a desculpa necessária para continuar mamando nas tetas do Orçamento até exauri-las, sem precisar fingir que estão pensando a sério em abrir um processo de impeachment”, avalia.

“O último grupo a acreditar na nota de R$ 3 de Bolsotemer é o dos burros, integrado pela ala mais bovina dos bolsominions. Os comentaristas a soldo, pseudojornalistas, blogueiros golpistas arrancaram os poucos cabelos que têm e arreganharam as gengivas inflamadas para xingar o mito de todos os nomes feios que conhecem”, completa.

Ainda segundo ela, “de tão desarvorados, se esquecem de relaxar e lembrar que amanhã mesmo Bolsonaro já estará de volta ao script de protoditador de anteontem, mandando às favas a máxima temerista de que verba volant, scripta manent (calma, Centrão, a verba que voa é a palavra, a do orçamento secreto fica)”.

“Os inquéritos de Alexandre de Moraes têm de seguir, a MP do Marco Civil tem de voltar para o Planalto com selo de endereço não encontrado, as investigações do TSE sobre as mentiras de Bolsonaro quanto ao pleito não podem parar, a CPI tem de concluir seu relatório com imputação dos inúmeros e hediondos crimes cometidos pelo presidente e pelo sumido general Pazuello, e a indicação de André Mendonça ao STF tem de ser rejeitada, porque quem o indicou quer fechar o Supremo”, destaca a jornalista no texto.

“Essa é a pauta de resistência possível e viável, uma vez que o impeachment, conforme escrevi aqui, não sairá”, finaliza.

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