Foto: Divulgação
De Joana Cunha na Folha de S.Paulo.
Um dos grandes nomes do mercado financeiro, Ricardo Lacerda, sócio-fundador do BR Partners Banco de Investimento, diz que a elite empresarial brasileira precisa fazer um mea culpa sobre o apoio que deu a Bolsonaro.
“Na ânsia de evitar o PT, muita gente séria acabou votando em Bolsonaro ainda no primeiro turno. Está aí a origem do desastre que vivemos”, afirma.
Para o banqueiro, o mercado sempre faz análise superficial. “Comprou o discurso liberal do Bolsonaro, ainda que seu comportamento em três décadas de Congresso tenha sido exatamente o oposto”, diz.
O impeachment não deve ser visto como remédio, na opinião de Lacerda, até para a população ter consciência do custo de uma escolha errada.
Para 2022, ele considera baixa a probabilidade de uma terceira via emplacar. Precisaria haver uma grande união de partidos, afirma o banqueiro, que é filiado ao Novo.
Um segundo turno entre Lula e Bolsonaro seria péssimo, diz ele, mas, se acontecer, será preciso analisar o compromisso de cada um com o centro.
“Dilma e Bolsonaro se recusaram a estender a mão para seus oponentes, mesmo depois de eleitos”, afirma.
Lacerda acha que Lula é uma opção ruim, ligada ao passado, mas fez um ótimo primeiro mandato. “Se voltar o Lula de 2002, cercado de pessoas competentes, mantendo as alas ideológicas e fisiológicas do PT mais afastadas, abraçando uma agenda de equilíbrio fiscal, podemos ter um cenário benigno”, diz o banqueiro.
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