Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
O senador defendeu a democracia e enviou um recado às Forças Armadas: “militares nos quartéis, médicos na saúde”. O emedebista também fez um contraponto às declarações de Jair Bolsonaro de que pretende indicar alguém “terrivelmente evangélico” para uma vaga no Supremo Tribunal Federal, ao afirmar que o Brasil possui uma "Constituição terrivelmente democrática”.
Renan afirmou que crimes contra a humanidade não prescrevem e relembrou os casos dos ditadores Slobodan Milosevic e Augusto Pinochet: "Não foi o acaso ou flagelo divino que nos trouxe a este quadro. Há responsáveis, há culpados, por ação, omissão, desídia ou incompetência e eles serão responsabilizados. Essa será a resposta para nos reconectarmos com o planeta. Os crimes contra humanidade não prescrevem jamais e são transnacionais. Slobodan Milosevic e Augusto Pinochet são exemplos históricos. Façamos nossa parte".
Ele disse também que a comissão será "um santuário da ciência, do conhecimento e uma antítese diária e estridente ao obscurantismo negacionista e sepulcral, responsável por uma desoladora necrópole".
Antes, em seu primeiro discurso como relator, Renan criticou o ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, mas sem citá-lo diretamente. Ele comparou a nomeação de Pazuello e a militarização do Ministério da Saúde durante a pandemia ao envio de um infectologista para comandar as tropas em uma guerra.
Renan também afirmou que, ao contrário do que aconteceu na Lava Jato, a CPI não fará uso de nenhum “expediente tenebroso” durante as investigações. “Não seremos Dallagnol nem Sérgio Moro aqui", assegurou, acrescentando que "Não faremos power point". “Daremos um basta à mentira que sufocou a sociedade brasileira nos últimos tempos", disse mais à frente.
"O que estamos discutindo aqui é o direito à vida, e não quem é de esquerda ou de direita", ressaltou.
Foi um discurso que praticamente sepultou o governo Bolsonaro e deu razão ao medo do Planalto por sua posse na relatoria.
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