Segundo Gaspari, o pedetista encerrou a “relação de amor e ódio” que mantinha com o PT após afirmar que o partido de Lula é pouco capaz de vencer Jair Bolsonaro no segundo turno e dizer que sua tarefa é “necessariamente derrotar o PT”.
Leia alguns trechos abaixo:
Ciro Gomes sempre esteve no jogo da sucessão presidencial de 2022, mas, numa entrevista ao repórter Joelmir Tavares, mostrou sua equação: “Quem for contra o Bolsonaro no segundo turno tem a tendência de ganhar a eleição. O menos capaz disso é o PT. Por isso, a minha tarefa é necessariamente derrotar o PT no primeiro turno”.
Assim ele encerra mais um capítulo da relação de amor e ódio que mantém com os petistas e com Lula há quase 20 anos, ao longo dos quais tentou três vezes a Presidência da República.
Na fase de amor, Ciro foi ministro da Integração Nacional e elogiava “a sabedoria do presidente”. Nos momentos de ódio, disse que Lula “está se sentindo o Todo-Poderoso e acha que vai batizar Dilma presidente da República”. Batizou. (…)
Ciro e Lula se encontraram em setembro passado, mas não foram longe. Segundo Ciro: “Converso muito com os petistas. Lá dentro, tem um grupo que acha que o Lula, com sua loucura e caudilhismo, está passando de qualquer limite. Faz as coisas sem consultar ninguém, joga só”. É possível, mas há também o grupo que em 2018 achava que na eleição devia-se lutar por Lula ou nada. Deu Bolsonaro e com seu aparecimento Ciro Gomes perdeu o cetro do destempero na política nacional.
A guinada de Ciro, com o brado de que “minha tarefa é necessariamente derrotar o PT no primeiro turno” pode parecer exagero, mas pode ser também um aceno para um pedaço da esquerda e também para a turma da Faria Lima, avenida por onde passam os carrões dos banqueiros e também 28 linhas de ônibus com a turma do andar de baixo. Para usar uma imagem corrente que ainda não tem claro significado, ele seria um nome do centro. (…)
Nenhum comentário:
Postar um comentário