sábado, 13 de março de 2021

Drauzo Varella chama o Bolsonaro de demagogo e que ele causa mortes

                         Divulgação Rede Globo

“Revolta” é o sentimento descrito pelo oncologista Drauzio Varella ao falar sobre as aglomerações em meio à pandemia de Covid-19. Aos 77 anos (dos quais 54 dedicados à medicina, e 32 ao trabalho voluntário em penitenciárias de São Paulo), o médico acredita que o maior erro no combate à doença no Brasil esteja sendo a “irresponsabilidade das autoridades”.

Isolado para prevenir a infecção, Drauzio acompanha os devastadores resultados que o coronavírus tem causado no país e no mundo. Na última quarta-feira, 10 de março, o Brasil chegou ao maior número de mortes diárias desde o início da pandemia: foram 2.286 óbitos em 24h, fazendo o total passar de 270 mil vidas perdidas.

“A população brasileira passou a receber duas mensagens antagônicas: uma, dada pelos médicos e por autoridades responsáveis, de que nós não podíamos nos aglomerar e tínhamos que usar máscara; outra, do presidente da República, seguindo o exemplo que ele dá. Sem usar máscara, aglomerando à vontade. Deu no que deu. Não podia ser diferente”, lamenta o médico.

“Vão dizer: se o presidente está fazendo isso, ele sabe o que faz. A gente tem essa tendência de acompanhar os nossos líderes. Eles fazem isso por pura demagogia, por puro interesse eleitoral, porque eles acham que assim se tornarão mais populares.”

“O kit Covid tinha essa ivermectina, tinha cloroquina, tinha azitromicina, um comprimido que você não compra na farmácia porque é um antibiótico, você não compra sem receita médica. Saímos distribuindo isso pro país inteiro, olha a irresponsabilidade. Você dá um pacotinho desse na mão das pessoas, você sabe como elas vão tomar, em que condições vão tomar, em que dose vão tomar? Olha a que ponto de irresponsabilidade nós chegamos. Por causa do quê? De uma demagogia. Porque se diz: não precisa se preocupar com isso não, essa doença é bobagem, não seja maricas”, afirma.

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