As eleições de 2022, queiram ou não aqueles que temem as consequências políticas de uma polarização deste tipo, serão um plesbiscito sobre tudo que vivemos e sofremos desde o impeachment de 2016.
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É também a primeira cujos dados foram inteiramente abertos, até por conta da legislação eleitoral, incluindo seus custos.
Com 2 mil entrevistas presenciais realizadas entre os dias 6 e 9 de janeiro, a sondagem custou exatamente R$ 252.214,82, pagos pelo banco Genial Investimento, conforme nota fiscal disponibilizada no site do TSE.
A propósito, os responsáveis pela pesquisa Genial/ Quaest fizeram uma live nesta terça para explicar os números:
O histórico mostra que Lula no espantâneo, na liderança isolada, recuperou 4 pontos desde dezembro.
Bolsonaro, por sua vez, tem 16%.
Embora ambos mantenham estabilidade nos últimos meses, é possível identificar a tendência de crescimento do ex-presidente Lula, que tinha 21% na primeira pesquisa da série, em julho, e agora tem 27%, um crescimento de 6 pontos, muito expressivo para um gráfico de espontânea. Lula já chegou a ter 29% em novembro.
Para efeito de comparação, os dois principais candidatos da “terceira via”, Sergio Moro e Ciro Gomes, se mantém estagnados em 1% desde o início da série.
Na estimulada, segundo uma média de todos os cenários, Lula aparece na liderança, com 45%, seguido de Bolsonaro, com 23%. Sergio Moro consolida seu terceiro lugar, com 9%, 4 pontos acima de Ciro Gomes, que pontua 5%.
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Curiosamente, todos os quatro principais candidatos perderam 1 a 2 pontos, mas relativamente o que perdeu mais foi Ciro Gomes, porque é muito diferente cair de 47% para 45%, como experimentou Lula, do que de 7% para 5%. Além disso, Lula vem mantendo um patamar estável desde julho de 2021. Ciro Gomes, não. O ex-governador do Ceará iniciou a série com 11%, e hoje tem 5%.
A explicação para a desidratação de Ciro Gomes não é apenas a entrada de Sergio Moro. Deve-se considerar que é, possivelmente, também uma consequência de sua própria estratégia de marketing.
O Quaest perguntou aos entrevistados qual a sua “segunda opção de voto”, ou seja, qual o candidato que o eleitor poderia votar, caso mude de ideia. Os resultados explicam as dificuldade vividas por Ciro Gomes.
Segundo a pesquisa, 40% dos eleitores atuais de Ciro tem Lula como “segunda opção”. Isso significa que Ciro ainda pode perder para o petista quase metade dos 5% que ainda tem, caso estes eleitores entendam que seu voto será importante para uma vitória do petista no primeiro turno.
Em live hoje, o CEO da Quaest, observa que “o eleitor de Ciro não acredita mais que o seu candidato vai para o segundo turno, então é o que está mais preparado para migrar para outro candidato”. Este candidato seria Lula, que assim tem um potencial de crescer mais alguns pontos percentuais ao herdar o voto cirista.
Num eventual segundo turno entre Lula X Bolsonaro, 58% dos eleitores de Ciro votariam em Lula, e apenas 16% em Bolsonaro. Interessante notar ainda que 50% dos eleitores de Doria votariam em Lula no segundo turno, contra 23% que votariam em Bolsonaro. Lula ganharia votos até mesmo de eleitores de Sergio Moro: 26% de seus eleitores disseram que votariam no petista no segundo turno, contra 36% que optariam por Bolsonaro.
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