segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Integrantes do "Gabinete do Ódio" usou viagem a Dubai para negociar ferramenta espiã israelense




Um representante do “gabinete do ódio” que integrou a comitiva presidencial em Dubai no ano passado conversou com um representante da empresa DarkMatter na feira aeroespacial conhecida como Dubai AirShow, com o interesse de municiar o grupo paralelo com uma poderosa ferramenta espiã, para ser usada, em especial, no ano eleitoral.

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Segundo reportagem de Jamil Chade e Lucas Valença no Uol, o especialista em inteligência e contrainteligência, cujo nome não foi informado, responde extraoficialmente ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos).

A DarkMatter, por sua vez, é uma empresa com sede em Abu Dhabi. Composta, em sua maioria, por programadores israelenses egressos da Unidade 8200, força de hackers de elite vinculada ao exército de Israel, a companhia desenvolveu sistemas capazes de invadir computadores e celulares de alvos, inclusive desligados.

O encontro teria ocorrido em 14 de novembro em uma sala privativa no espaço cedido por Israel, como ressaltou uma fonte ligada à inteligência do governo e que esteve presente na comitiva presidencial.

Coincidentemente, no mesmo dia, Jair Bolsonaro (PL) cumpria uma das agendas de sua viagem aos Emirados Árabes: a inauguração, no mesmo evento, do “pavilhão Brasil”.

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O “gabinete do ódio” também tem mantido conversas em paralelo com outras empresas para obter programas espiões.

Fontes ligadas ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmaram aos repórteres que uma delas seria a Polus Tech, que tem como CEO o programador israelense Niv Karmi, um dos ex-fundadores da NSO Group, empresa dona da poderosa ferramenta espiã Pegasus (Niv é o “N” da sigla NSO).

Especialistas do setor indicam que uma das técnicas oferecidas pela companhia é a “infecção tática” de celulares. A tecnologia desenvolvida permite a quem detém o software ter acesso ao celular e a todo seu conteúdo quando o aparelho se conecta a uma rede – tudo isso sem o dono do smartphone saber.


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