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Segundo a vítima, a agressora saiu “meio exaltada” de dentro da agência, se dirigindo à área dos caixas eletrônicos. Ela teria furado a fila de clientes que esperavam para usar os equipamentos e proferido palavras racistas contra Fabiana e a irmã, que utilizavam o caixa ao lado do que ela estava.
“Essa senhora saiu meio exaltada de dentro do banco, acho que ela tentou fazer alguma operação lá dentro e não conseguiu. Tinha uma fila no caixa eletrônico com mais ou menos 10 pessoas; ela saiu da agência e foi direto para o caixa, nem entrou na fila. Mas como algumas pessoas viram que ela estava meio alterada, decidimos deixar ela usar o caixa”, detalhou Fabiana.
“Eu e a minha irmã éramos as próximas e tinham duas senhoras negras depois da gente. Quando a minha irmã chegou ao caixa, ela já começou a falar algumas palavras de ofensa, como: ‘Negro não presta’. E disse que ia dar uma surra na minha irmã. A gente estava no caixa ao lado (do dela)”, conta a empresária, que relata ainda ter sido chamada de “macaca” pela investigada.
Após ouvir as ofensas da agressora, que também usou palavras de baixo calão contra Fabiana e a irmã, a vítima acionou um segurança do próprio shopping, que estava em frente à agência bancária. Antes de ser levada para a delegacia, a mulher ainda teria feito ofensas racistas contra mais uma das clientes do banco.
“Uma outra senhora, também negra, estava na fila e ela começou a falar coisas para ela. A gente tentou gravar, mas aí ela não falava mais porque percebeu que estava sendo gravada. Ela resistiu um pouco mais, foi levada para a delegacia. Lá, nós fizemos o Boletim de Ocorrência, eu, minha irmã e mais essa senhora”, lembra.
Além das frases de teor racista, a mulher ainda acusou Fabiana de ter jogado uma “praga” nela, afirmando que esse era o motivo para a tosse persistente da agressora, que, em imagens feitas pela empresária, aparece sem máscara. “Ela falou ainda no shopping que eu joguei uma ‘seta’ nela e, por isso, ela estava tossindo”.
De acordo com a 16ª DP (Barra da Tijuca), a mulher foi levada à delegacia por policiais militares e autuada em flagrante pelo crime de injúria por preconceito. Ela usou o direito constitucional e permaneceu em silêncio para se manifestar em juízo.
Ré primária, ela passará por uma audiência de custódia nesta sexta-feira. A delegacia recomendou que a agressora ganhasse a liberdade provisória, com medidas cautelares, “por se tratar de um crime em que não ocorreu violência física”, informou nota enviada pela Polícia Civil do Rio.
Fabiana conta que já acionou um advogado e que pretende seguir com o processo. “Isso é crime, ela não pode fazer isso. Se ninguém fizer isso o racismo vai continuar aí, todo o tempo. Porque sempre a gente acha que nada acontece e por isso vai deixando passar. Que sirva de lição pra outras pessoas, acredito que vai servir”.
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