A empresa Quantum Empreendimentos de Saúde (hoje Balme Empreendimentos), investigada pela Polícia Federal no esquema envolvendo o senador Chico Rodrigues, obteve contrato de R$ 1,39 milhão com o Ministério da Saúde.
Assinado em 5 de maio, durante a rápida gestão de Nelson Teich, o contrato tem vigência de 12 meses e prevê o fornecimento de oxigênio para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami.
Na decisão em que determinou o afastamento de Chico Rodrigues, o ministro Luís Roberto Barroso faz referência a outro inquérito, de relatoria de Cármen Lúcia, que investiga a “existência de organização criminosa atuante perante o DSEI”.
Um dos alvos é o empresário Jean Frank Padilha Lobato, considerado “operador” de Chico Rodrigues e já carrega uma condenação por concussão.
No inquérito sobre os desvios nos contratos de Roraima, ele é identificado como “Jean Contrato” e “Jean Quantum”, suposto representante da empresa contratada pela Secretaria de Saúde, por pressão do senador, para o fornecimento de kits de testes de Covid superfaturados.
Segundo a PF, Jean Frank é casado com Samara Xaud, assessora parlamentar de Chico Rodrigues. Ela tem como cunhado Roger Pimentel, sócio da Quantum/Balme. Senador e empresário mantinham contatos frequentes para tratar de negócios da Quantum/Balme e também da construtora Haiplan, segundo a PF.
Para Barroso, “há indícios de que o Chico Rodrigues tenha se utilizado da influência política inerente à sua função pública para favorecer, no âmbito de contratos celebrados pela Secretaria de Saúde de Roraima, empresas privadas a ele ligadas, direta ou indiretamente, desviando dinheiro destinado ao combate ao Covid-19”.
Resta saber se ele usou dessa mesma influência para conseguir também o contrato com o governo federal.
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