Ernesto Araújo. Foto: Reprodução/Globo
De Victor Farias no Globo.
Ao participar de uma formatura do Instituto Rio Branco nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, criticou o escritor e diplomata João Cabral de Melo Neto, escolhido como patrono da turma. O chanceler afirmou que o escritor tinha uma “grande sensibilidade para o sofrimento do povo brasileiro”, mas disse que, talvez, tenha ido para o “lado errado do marxismo e da esquerda”.
— Sua utopia, esse comunismo brasileiro de que alguns ainda estão falando até hoje, consistia em substituir esse Brasil sofrido, pobre e problemático por um não-Brasil, um Brasil sem patriotismo, sujeito naquela época, anos 50, 60, aos desígnios de Moscou, e hoje, nesse novo conceito de comunismo brasileiro, sujeito ao desígnios sabe-se lá de quem — afirmou o chanceler durante a cerimônia em Brasília.
Durante a ditadura de Getúlio Vargas, o escritor, que era diplomata, foi acusado de comunista, e o Itamaraty o colocou em disponibilidade inativa, sem remuneração. Ele, no entanto, foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e reintegrado ao Itamaraty, em 1955.
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