“Tudo. Quando eu disse que era o Bolsonaro de saias, e ele próprio brincava comigo falando isso. Achava que ele era machão, não machista. Convivendo com ele, percebi que é machista, sim, depois que começaram minhas brigas com os filhos dele. Nunca tive relação boa com nenhum. São três imbecis. Um é ladrão, o outro é maluco e o outro é megalomaníaco [Joice confirma que se refere a Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, respectivamente]. Quando começamos a nos desentender [Joice foi contrária à destituição do deputado Delegado Waldir na liderança do partido na Câmara, em outubro de 2019; o presidente queria colocar o filho Eduardo no lugar], Bolsonaro trouxe os filhos para ele, os defendeu. Me vi atacada por defender aqueles que sempre ajudei”, disse.
Em 2019, Joice passou a ser sistematicamente atacada pelos bolsonaristas nas redes, a ponto de reconhecer que estava errada sobre o que pensava e dizia em relação à violência do machismo. “Eu não percebia que estava sendo tão violentada. O que vivi foi um estupro moral”, disse.
“Eu tinha essa imagem de mim mesma de que nada me abalava. Até essa força extrema que tenho acabou me prejudicando, justamente porque fui aguentando, achando que ia aguentar para sempre. Mesmo no meio das pressões e ataques, fui para a guerra e permaneci em pé até que meu corpo desligou da tomada. Eu não percebia que estava sendo tão violentada. O que vivi foi um estupro moral. Nunca gostei dessa conversa de machismo e feminismo, achava cafonérrimo, mas vi o quanto isso é agressivo, achei que não fosse sentir coisas assim. Eu dizia: 'Nunca vou ser vítima de machismo'. Mas percebi que realmente existe uma violência de gênero política muito grande contra a mulher. Achava que machismo era uma bobagem. Mas acabei mordendo a língua. Aprendi da pior forma”, reconheceu.
(Com o 247)
Tudo de ruim aconteceu no governo dessa peste
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